15/12/2014 - 14:45
O produtor e empresário Daniel Conde Filho é um empreendedor discreto. Raramente dá entrevista e até agora nunca havia falado de seu projeto como confinador de gado, no município de Guarda Mor, no
noroeste de Minas Gerais. Sem alarde, nos últimos anos, Conde se tornou o maior confinador de gado do País. No ano passado foram abatidos nesse sistema 72 mil animais, número que dobrou neste ano. Mas o projeto é chegar a 300 mil bovinos confinados nos próximos anos, dos quais metade de criação própria e metade em parceria. O empreendedorismo de Conde o coloca como destaque na categoria Confinamento de Produtor do prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL 2014. “Nas próximas duas a três décadas acreditamos em um crescimento contínuo desse segmento no Brasil”, diz Conde. “Por isso, o projeto é investir.”
Conde está no caminho certo. Desde o ano passado, o sistema de confinamento vem apresentando uma rápida expansão no País. Neste ano, por exemplo, a previsão da Associação Nacional dos
Confinadores (Assocon) é encerrar a safra com 4,2 milhões de animais confinados, 5% acima de 2013. Para 2015, o movimento deve se estender, puxado pela demanda dos nichos de carne de qualidade.
Investir em projetos agressivos não é uma novidade na família de Conde, neto de Arlindo Conde, que durante décadas foi um dos controladores do Banco de Crédito Nacional (BCN), uma das maiores instituições financeiras brasileiras, até ser adquirida pelo Bradesco, em 1997. Na pecuária, já na década de 1980, a família Conde estava entre os confinadores pioneiros no País, quando construíram uma
unidade de engorda para 20 mil animais.
Para dar o atual salto no negócio, a AC Proteína começou a implantar sistemas profissionais de gerenciamento e a adaptar a agropecuária ao que há de mais moderno em governança corporativa. Além da modernização de processos, em 2013 a AC Proteína ganhou um sócio, o fundo de investimento americano Black River, com sede em Mineápolis. “A entrada do Black River foi mais um passo no processo de crescimento e profissionalização do confinamento”, diz Conde.