Os mercados acionários europeus fecharam em queda nesta quinta-feira, 23, após terem passado a maior parte do pregão no território negativo, pressionados pela decisão monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) e de outros BCs europeus. A mão vendedora ainda era reflexo da alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na quarta-feira e das incertezas em torno do setor bancário nos dois lados do Atlântico.

Em Londres, o FTSE 100, caiu 0,89% a 7.499,60 pontos, enquanto o índice DAX, em Frankfurt, fechou em baixa de 0,04%, a 15.210,39 pontos. O CAC 40, em Paris, avançou 0,11%, a 7.139,25 pontos, e o FTSE MIB, em Milão, recuou 0,16%, a 26.482,21 pontos. Já em Madri, o índice Ibex 35 cedeu 0,49%, a 8.965,60pontos. Na Bolsa de Lisboa, o PSI 20 caiu 0,54%, a 5.802,37 pontos. As cotações são preliminares.

As bolsas acentuaram queda com a elevação de juros de 25 pontos-base (pb) por parte do BoE, seguindo previsões do mercado. Analistas da Capital Economics e do Commerzbank avaliam que a autoridade monetária deverá manter o ritmo de altas na decisão de maio, o que ajudou a empurrar os índices. Segundo o presidente do BC inglês, Andrew Bailey, a expectativa é que a inflação do Reino Unido desacelere “rapidamente” antes do verão europeu. Mais cedo, as bolsas também amargaram perdas após altas de juros do BC da Suíça, de 50 pontos-base (pb), e da Noruega, de 25 PB.

Mais cedo, o presidente do BC da Suíça, Thomas Jordan, negou que haja planos de o UBS desmembrar do Credit Suisse após a fusão. Também no país, o órgão de supervisão financeira do país defendeu a decisão de cancelar os títulos AT1 do Credit Suisse, que haviam sido zerados.

Segundo análise da CMC Markets, o mau humor da Europa também foi motivado pela fala da secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, de que não iria se comprometer em fornecer seguro generalizado para depósitos bancários, “ofuscando a decisão do Federal Reserve de aumentar as taxas básicas em 25 pb”.

No radar, também esteve a queda do índice de confiança do consumidor da zona do euro, na leitura preliminar.

Entre as ações em destaque, a Amigo Holdings caiu mais de 85%, seguindo a notícia de que a irá realizar uma liquidação ordenada e irá transferir seus ativos excedentes para seus credores.

Bancos europeus também operaram no negativo, com quedas em instituições como Barclays, que cedeu mais de 2% em Londres, o Credit Suisse, que recuou quase 4% em Zurique, e o Commerzbank, que teve baixa de mais de 4% em Frankfurt.