As bolsas da Europa fecharam majoritariamente em alta nesta sexta-feira, em uma sessão na qual os avanços nas ações de bancos ajudaram a impulsionar os índices no continente. O setor ganhou força em dia que conta com a publicação do balanço de algumas das principais instituições financeiras americanas, tema que ganhou especial relevância após as turbulências recentes. No plano macroeconômico, analistas vem apontando um começo de ano mais forte do que o esperado para a atividade europeia, ainda que haja bastante cautela no cenário.

No caso dos balanços dos bancos dos Estados Unidos, “a chave para hoje será o comentário sobre a atividade de empréstimo e as condições de crédito, particularmente após a crise bancária de março”, disseram analistas do IG em nota.

Assim, alguns dos principais bancos europeus tiveram altas relevantes. Em Londres, HSBC (+3,05%) e Lloyds (+1,12%) avançaram, ajudando o FTSE 100 a ter alta de 0,36%, aos 7.871,91 pontos. Em Paris, BNP Paribas (+3,22%) e Société Générale (+3,63%) tiveram importantes subidas, e deram forças ao CAC 40, que ganhou 0,52%, chegando a 7.519,61 pontos. Os seis maiores avanços na bolsa de Milão foram de bancos, como o Unicredit, que subiu 2,92%, ajudando o FTSE MIB a ter o maior ganho entre os principais índices, ao subir 0,87%, a 27.872,24 pontos. O Deutsche Bank teve alta de 4,57% em Frankfurt, contribuindo para o avanço de 0,38% do DAX, que chegou aos 15.789,48 pontos.

Na Península Ibérica, o IBEX 35 subiu 0,34%, aos 9.341,70 pontos, em Madri. Já o PSI 20 contrariou a tendência em Lisboa, e caiu 0,18%, aos 6.153,35 pontos. Em todo este cenário, o Stoxx 600 teve impulso, e subiu 0,53%, aos 466,69 pontos.

A Oxford Economics elevou sua previsão de crescimento do PIB em 2023 para a zona do euro para 0,8%, acima do consenso. No entanto, a revisão reflete apenas um início de ano mais forte do que o esperado, principalmente na indústria, ao invés de uma melhoria subjacente do ímpeto econômico, pondera. “Na verdade, esperamos um crescimento ainda morno nos próximos trimestres e nos tornamos ainda mais cautelosos com as perspectivas para 2024”, afirma a consultoria.

A inflação persistente no curto prazo limitará a renda real e os gastos do consumidor, enquanto os efeitos positivos dos gargalos de oferta e atrasos na indústria desaparecerão, indica a Oxford Economics. O impacto do ciclo de aumento de juros do Banc Central Europeu (BCE) ainda não foi totalmente sentido, “o que achamos que será exacerbado por condições mais rígidas de empréstimos bancários”, sugere a consultoria, com Os setores de construção e imobiliário particularmente afetados.