As bolsas de Nova York fecharam em leve baixa no último pregão do ano, encerrando 2022 com fortes quedas, acima de 30% no caso do Nasdaq, e com o S&P 500 com seu maior recuo desde 2008. Inflação e o aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed) para tentar contê-la estiveram entre os maiores problemas para os mercados acionários, o que pressionou a maioria dos setores. No entanto, as empresas de energia estiveram entre as grandes beneficiárias do cenário global, que contou ao longo de 2022 com uma disparada nos preços dos combustíveis. Para o próximo ano, as perspectivas de uma recessão estão entre os grandes riscos para as ações.

Dow Jones teve baixa de 0,22%, aos 33.147,35 pontos, o S&P 500 teve queda de 0,25%, aos 3.839,52 pontos, e o Nasdaq caiu 0,11%, aos 10.466,48 pontos. Na comparação anual, as quedas foram de 8,93%, 19,65% e 33,51%, respectivamente.

A LPL Markets destaca em 2022 o aumento da inflação, o aperto sem precedentes da política monetária global, a batalha da China contra a covid-19, o aumento dos temores de recessão e a guerra Rússia-Ucrânia como alguns dos principais ventos contrários aos mercados. Os serviços de comunicação se destacam com uma perda acumulada no ano acima de 40,4%, lembra, enquanto a fraqueza notável entre seus componentes de maior capitalização foi um grande obstáculo para o setor este ano.

Por outro lado, das dez ações com melhor desempenho no S&P 500 este ano, nove residem no setor de energia. Occidental Petroleum lidera a lista, com alta acima de 115%. Exxon Mobil também consta, com uma elevação de 79% no ano. A única exceção entre as dez é a First Solar, fabricante de painéis solares, que por acaso faz parte do grupo de tecnologia, e subiu 68% em 2022.

As ações têm espaço para cair se o sentimento do investidor continuar enfraquecendo em meio aos esforços do Fed para combater a inflação e arquitetar um “pouso suave” para a economia. Além disso, David Rosenberg, fundador da Rosenberg Research, escreveu em uma nota que as estimativas dos analistas ainda não refletem a realidade de uma possível recessão, mesmo que seja leve. “Tudo isso é para dizer que a prudência requer uma grande dose de cautela aqui e uma postura defensiva geral”, escreveu ele.

*Com informações Dow Jones Newswires.