Os mercados acionários de Nova York fecharam em forte baixa nesta sexta-feira, 10, em sessão volátil, estendendo as perdas de ontem, ainda pressionados pelo setor bancário em meio à crise do Silicon Valley Bank (SVB), e empurrados pela forte geração de vagas de emprego nos Estados Unidos.

O índice Dow Jones caiu 1,07%, aos 31.909,64 pontos, o S&P 500 cedeu 1,45%, aos 3.861,59 pontos e o Nasdaq fechou em baixa de 1,76%, aos 11.138,89 pontos. Na semana, as perdas foram de 4,44%, 4,55% e 4,71%, respectivamente.

As negociações de ações do SVB Financial Group, controlador do Silicon Valley Bank, chegaram a recuar mais de 66% no pré-mercado e foram suspensas. Os papéis de Goldman Sachs despencaram 4,22%, os do Bank of America caíram 0,88% e os do Morgan Stanley baixaram mais de 2%.

Investidores seguiram temerosos de um possível risco de contágio da crise do Silicon Valley Bank. As bolsas chegaram a reverter as perdas no meio do pregão e operar no azul, com avaliações de que a crise do Silicon Valley Bank é isolada e não representa um risco sistêmico, mas logo perderam fôlego e voltaram a operar em queda, após reguladores americanos anunciarem que fecharam o SVB.

Apesar de temores, o UBS afirma que não enxerga sinais de contágio pelo setor, destacando que os “ventos contrários” podem ser gerenciados. Na visão do analista Edward Moya, da Oanda, o mercado também reagiu aos dados mistos do relatório de emprego (payroll) dos Estados Unidos de fevereiro, que registrou crescimento da taxa de desemprego, mas vagas acima do esperado. O analista classifica o relatório como uma confirmação de que a política do Fed é restritiva e que o trabalho de aperto está quase pronto, o que poderá ser uma boa notícia para o desempenho das bolsas. “Contanto que não vejamos um relatório de inflação escaldante, o Fed deve continuar com seu ritmo de aumento de um quarto de ponto da taxa”, avalia.

Também movimentando o mercado, a General Motors teve queda de 3,44%, com a notícia de que iria cortar US$ 2 bilhões em custos. Já a Ford caiu mais de 2,73%, seguindo anúncio de demissões em fábrica da Espanha.