As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta quarta-feira, 24, à medida que investidores ponderam o contínuo impasse sobre o teto da dívida dos Estados Unidos. O mercado também acompanhou divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que ressaltou a inflação elevada no país, manteve projeção de recessão da economia americana e revelou divergências entre os dirigentes sobre as próximas decisões monetárias.

O índice Dow Jones fechou em queda de 0,77%, aos 32.799,92 pontos, o S&P 500 caiu 0,73%, aos 4.115,324 pontos, e o Nasdaq recuou 0,61%, aos 12.484,16 pontos. No horário citado, o índice VIX, que mede a volatilidade em Wall Street, avançava 8,09%, a 20,03.

O mercado acionário abriu o pregão em baixa, acelerando queda ao longo da manhã, após a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, renovar alertas sobre possível esgotamento dos recursos até início de junho, o que aumenta riscos de um calote dos EUA. Yellen advertiu para o risco de consequências “altamente adversas” caso o Congresso e a Casa Branca não entrem em acordo, observando que já existem sinais de estresse nos mercados financeiros. Em relatório, o JPMorgan analisa que as chances das autoridades não alcançarem um acordo até início de junho estão aumentando e giram entorno de 25% no momento.

Para a Oanda, as bolsas de Wall Street foram atingidas duplamente pelos riscos do calote e por temores de que a persistência da inflação possa impedir o Fed de pausar seu ciclo de aperto. A ata demonstrou que cortes de juros são pouco prováveis, contudo, os dirigentes ainda preferem não se posicionar de forma definitiva até que o teto da dívida seja elevado, divergindo entre uma nova elevação ou pausa no aperto. “Se a inflação acabar sendo mais rígida do que os economistas esperam, o Fed pode muito bem pular um aumento de juros em junho, mas seguir em frente com um na reunião de julho.”, observa a consultoria.

Já a Capital Economics mantém sua projeção de que a taxa terminal dos Fed funds deve ter atingido entre 5,00% a 5,25%, embora a perspectiva de cortes de juros esteja desaparecendo, com poucos sinais de que a economia esteja se afastando de um crescimento abaixo do potencial para uma recessão de fato.

Assim, os bancos caíram de forma generalizada em Nova York, com o Citigroup (-3,09) liderando as quedas no setor após anunciar o desmembramento do Banamex e desistência dos esforços de vender a unidade mexicana. Já o PacWest reverteu ganhos iniciais e caiu 2,44% no pregão regular, apesar das notícias sobre um novo acordo para se desfazer de sua unidade de crédito imobiliário, a Civic Financial Services. Ainda, Morgan Stanley cedeu 1,72%, o Bank of America caiu 1,68% e o Goldman Sachs perdeu 1,16%.

Pontualmente pressionada pelo impasse na dívida, a Meta se recuperou ao longo da tarde e encerrou em alta de 1,00%, na esteira da última rodada de demissões em massa da empresa. A Netflix também subiu 2,49%, em meio a nova estratégia da empresa para evitar compartilhamento de contas.

No setor de energia, Chevron e Exxon Mobil subiram 0,27% e 1,12%, respectivamente, seguindo alta robusta dos preços do petróleo. Enquanto isso, a produtora de veículos elétricos Tesla perdeu 1,54% após ser pressionada por resultados positivos de sua concorrente chinesa, a Xpeng.