Com os principais eventos marcados para o 7 de Setembro deste ano dominados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), os demais candidatos ao Palácio do Planalto buscam maneiras de se conectar com a data e “resgatar” a bandeira brasileira, enquanto as campanhas reforçam mensagens em defesa da democracia.

Integrantes das principais campanhas presidenciais traçaram estratégias paralelas, já que reconhecem não ter a mesma força de mobilização para disputar as ruas com o bolsonarismo durante as comemorações do bicentenário da Independência, nesta quarta-feira, 7.

Bolsonaro quer fazer dos eventos de hoje uma demonstração de força. O presidente optou por não participar do ato na Avenida Paulista, em São Paulo, e vai concentrar a agenda entre Brasília e Rio, onde está prevista maior concentração de manifestantes.

Candidatos à Presidência da República, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e a senadora Simone Tebet (MDB-MS) marcaram para hoje agendas alusivas à data. O pedetista vai passar o dia em Ouro Preto (MG), base da Inconfidência Mineira, e a emedebista visitará uma fazenda em Jaguariúna, no interior de São Paulo, por onde passou d. Pedro I e onde morou a primeira deputada eleita do Brasil.

Simone Tebet também gravou um comercial para o horário eleitoral de rádio e TV com a bandeira do Brasil. “Essa bandeira não tem partido. Essa bandeira não tem dono. Essa bandeira é de todos nós”, afirma a candidata emedebista ao Planalto na propaganda.

Símbolos

Na mesma linha, a candidata do União Brasil à sucessão de Bolsonaro, senadora Soraya Thronicke (MS), gravou um comercial alusivo ao Dia da Independência na propaganda eleitoral com o mote “a favor da democracia e contra golpes; contra o ódio e a favor da paz e da união”.

“Importante sempre lembrarmos que as datas oficiais, os símbolos nacionais, o território e as instituições pertencem a todos os brasileiros, independentemente de ideologia política”, diz a candidata.

A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo aliados do petista, já “precificou” o feriado da Independência e abriu mão de fazer grandes atos de rua hoje. Os marqueteiros da campanha do ex-presidente, no entanto, reforçaram a presença da bandeira e das cores nacionais nos eventos de campanha petistas.

“O presidente Jair Bolsonaro sequestrou a bandeira, como fez o Fernando Collor em 1989. Deveria ser proibido que a bandeira seja usada como símbolo de um partido. O presidente reduziu o 7 de Setembro a um ato partidário”, declarou o deputado estadual Emídio de Souza (PT-SP).

“A bandeira do Brasil hoje é mais ideologicamente identificada com eles (bolsonarismo), mas a militância do campo progressista está se reapropriando dela”, completou o advogado Marco Aurélio Carvalho, um dos coordenadores do grupo Prerrogativas e aliado de Lula. Líderes de partidos e movimentos sociais que apoiam a candidatura do petista apostam que os eventos programados por Bolsonaro serão grandes e radicalizados.

Monitoramento

Integrantes dos comitês de Lula, Ciro Gomes, Simone Tebet e Soraya Thronicke estão também acompanhando as movimentações do bolsonarismo nas redes sociais enquanto se preparam para responder com rapidez a eventuais falas ou gestos de teor golpistas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.