10/02/2022 - 11:14
O ataque às instituições democráticas, que foi uma marca do Brasil em 2021, deve continuar a ser feito pelo presidente Jair Bolsonaro até as eleições de outubro, de acordo com o Índice de Democracia de 2021, divulgado nesta quinta-feira (10) pela Economist Intelligence Unit (EIU). A presença de populistas não-liberais em toda a América Latina foi uma evidência na região no ano passado, levando o índice conjunto a registrar o maior declínio de um ano para o outro desde 2006, quando o Índice de Democracia da EIU começou a ser divulgado.
“O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, exigiu a renúncia de dois membros do Supremo Tribunal Federal”, citou a publicação, mencionando uma investigação sobre acusações de que grupos pró-Bolsonaro estavam espalhando “fake news”.
A EIU também comentou que o chefe do Executivo brasileiro também tem questionado a integridade do sistema de votação eletrônica do País, apesar de não haver evidência de fraude eleitoral. “Bolsonaro chegou a dizer que ignoraria os resultados das eleições presidenciais e legislativas de 2022 – comentários que mais tarde ele retirou”, lembrou.
Para a EIU, “Bolsonaro provavelmente continuará seus ataques às instituições democráticas e a minar a confiança na integridade eleitoral até as eleições de outubro de 2022, especialmente porque as pesquisas mostram que ele atualmente está atrás do ex-presidente da esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva (2003-10)”.
De acordo com o Índice de Democracia, o Brasil ocupou no ano passado a 47ª posição, de um total de 167 países analisados. Na América Latina, que foi a região com maior deterioração em 2021 na comparação com 2020, a maior economia regional ficou em sexta colocação de um total de 24. Em 2021, o Brasil registrou 6,86 pontos, mesma taxa vista em 2019 e 2017 e a menor desde 2006, quando foi criado o índice.
Desde a estreia do indicador até 2014, a pontuação brasileira esteve sempre acima de 7 pontos. Apesar de ter piorado seu resultado individual no ano passado em relação a 2020, o Brasil subiu duas posições no ranking porque outros países registraram quedas maiores.