Ao ser criticado por ofender mulheres, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse na noite deste domingo, 28, no primeiro debate presidencial das eleições na TV, que a candidata Simone Tebet (MDB) estava “escondidinha” durante ataques às médicas Nise Yamaguchi e Mayra Pinheiro, que defenderam o tratamento precoce para covid-19, comprovadamente ineficaz contra a doença.

Tebet se destacou em discursos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. “Chega de vitimismo, somos todos iguais”, declarou o candidato à reeleição, que tenta conquistar o voto feminino, já que as mulheres o rejeitam mais do que os homens, de acordo com pesquisas de intenção de voto.

Bolsonaro citou a primeira-dama Michelle, que entrou na campanha para tentar conquistar apoio no eleitorado feminino, e disse que seu governo foi o que mais sancionou leis que defendem mulheres. “Eu defendo as mulheres. Quando eu defendo a arma, em especial no campo, é para dar chance de a mulher se defender”, afirmou.

O presidente também reforçou o discurso religioso, disse que ser contra o aborto, a legalização das drogas e reiterou que e “a favor da família”. “Para com essa mania, faz política, fala coisa séria”, afirmou Bolsonaro a Tebet.

Bolsonaro citou, ainda, o Auxílio Brasil e o microcrédito para tentar conquistar o voto feminino. O candidato à reeleição, que é mais rejeitado pelas mulheres que pelos homens, atacou a jornalista Vera Magalhães e a candidata Simone Tebet (MDB) durante o debate.

O presidente ressaltou que o Auxílio Brasil é direcionado principalmente ao público feminino e disse que o microcrédito ajuda mulheres a manter seus empreendimentos. Questionado sobre o fato de ter dito que o nascimento de sua filha Laura foi uma “fraquejada”, o presidente disse que já havia se desculpado e se desculparia novamente.

Ao responder, Simone Tebet criticou Bolsonaro sobre sua postura na cadeira do Executivo nacional que, segundo ela, cria e divulga fake news. “Lugar de Presidência é lugar de exemplo, de coisa séria. Não podemos ter um presidente que mente, que cria fake news, que divide as famílias, que destila ódio, que agride da forma mesmo desrespeitosa, qualquer pessoa que de alguma forma lhe aponte a verdade”, afirmou, no debate.

Ao ser acusada pelo atual presidente de defender as mulheres, mas não ter apoiado a médica oncologista e imunologista Nise Yamaguchi em sessão na CPI da Covid, em 2021, Tebet disse que a médica foi vítima de violência política.

“Não concordo com as ideias dela, mas ela foi vítima de violência. Liguei para a senadora Leila, que era aquela que estava no rodízio, e ela foi lá, e mesmo sendo oposição do atual presidente defendeu a doutora Nise, exigindo que ela fosse respeitada”, declarou.