O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), mudou de ideia e agora voltou a considerar ir ao debate da Band com candidatos ao Palácio do Planalto que vai ser realizado no domingo, 28. O chefe do Executivo tinha decidido faltar ao debate, de acordo com fontes da campanha à reeleição, porque se tornaria o “alvo preferencial” dos outros postulantes ao Palácio do Planalto. Se Bolsonaro comparecer, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também deve ir.

“Devo estar lá domingo, estou batendo o martelo, mas devo ir. Num momento achei que não deveria ir, agora acho que devo ir. Vou ser fuzilado, vão atirar em mim o tempo todo, eu sou um alvo compensador para eles. Mas, acredito que a minha estratégia vai dar certo”, declarou o candidato à reeleição, em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan.

Na avaliação da campanha de Bolsonaro, o presidente pode “perder a cabeça” caso seja provocado pelos adversários no debate. “Qualquer ganho com o debate não superaria o desgaste”, disse um interlocutor do candidato à reeleição. “Eles iriam caprichar em cima do Bolsonaro.”

Essa fonte ressaltou que Ciro Gomes (PDT) tem um tom “debochado” que poderia irritar o chefe do Executivo e lembrou do desempenho de Simone Tebet (MDB) nas discussões da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, realizada no ano passado no Senado.

O “QG” bolsonarista vinha discutindo desde terça-feira as vantagens e desvantagens de Bolsonaro comparecer ao debate. Na quarta-feira à noite, de acordo com uma fonte, o presidente já estava inclinado a não ir.

A incerteza aumentou depois da entrevista de Lula ao Jornal Nacional, da TV Globo, na quinta-feira.

Ao Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), integrantes da campanha de Bolsonaro admitiram que o petista pode ter conquistado eleitores indecisos, reclamaram da condução da entrevista, disseram que Lula teve mais espaço que Bolsonaro e citaram a audiência “absurda” que o telejornal teve.

A aposta agora é mostrar as “realizações” e “conquistas” do governo ao longo dos últimos anos na propaganda eleitoral na TV, que começa, para os presidenciáveis, no sábado.