12/08/2022 - 13:31
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar nesta sexta-feira, 12, os atos em defesa da democracia realizados ontem em São Paulo e em outras localidades do País. O chefe do Executivo chamou o movimento de político. “Tem que atacar o meu governo”, declarou, em entrevista à CNN Brasil. As manifestações foram organizadas pela sociedade civil para fazer um contraponto aos ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas.
“Movimento de poucos artistas que não recebem mais Lei Rouanet, de alguns sindicalistas que não têm mais o imposto sindical. Carta à democracia? Alguém está fazendo algum ato antidemocrático no Brasil? Alguém está desrespeitando a Constituição no Brasil? Alguém está pregando golpe no Brasil? Alguém está pregando golpe aqui?”, disse Bolsonaro, ao visitar uma feira, em Brasília, fora da agenda oficial.
“Isso aí é política. Tem que atacar meu governo, que estou errando, o que eu estou fazendo contrário à democracia… O que estou fazendo? Nada. Estão preocupados com a minha popularidade?”, emendou o presidente, candidato à reeleição.
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Nesta quinta-feira, 11, Bolsonaro ironizou o movimento e disse que ato importante foi a Petrobras ter reduzido o preço do diesel. O presidente também chamou os manifestos de “pedaço de papel qualquer” e afirmou que a Constituição é a “melhor carta à democracia”. No Twitter, chamou os atos de “micareta do PT” e disse que os textos lidos ontem “valem menos que papel higiênico” em termos legais.
Em ato na USP, foram lidos dois manifestos. A “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros – Estado Democrático de Direito Sempre”, que ultrapassou 1 milhão de assinaturas, entre juristas, advogados, empresários e artistas, e a carta “Em Defesa da Democracia e Justiça”, apoiada por mais de cem entidades da sociedade civil e empresariais, como Fiesp, Febraban, Fecomércio-SP, centrais sindicais e OAB São Paulo.
O movimento pela democracia começou a ser organizado após Bolsonaro reunir embaixadores no Palácio da Alvorada para lançar dúvidas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas. O presidente já chamou os manifestos de “cartinhas” e os empresários que endossaram o movimento de “mamíferos”, sugerindo, de forma irônica, que “mamam nas tetas do governo”.