20/02/2021 - 14:45
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que o presidente da República tem prerrogativa para escolher membros do governo, quando perguntado sobre um processo de militarização no Executivo no contexto da mudança no comando da Petrobras, e que nas Forças Armadas há pessoas qualificadas para assumir postos do governo. Nesta sexta-feira, 19, Jair Bolsonaro anunciou sua intenção de tirar Roberto Castello Branco da presidência da Petrobras. Ele indicou o general da reserva Joaquim Silva e Luna para substituí-lo.
“Não posso recriminar isso, dizer que há um movimento de militarização, mas sim de escolha de pessoas que possam exercer esses papéis. Temos que compreender e colaborar para que dê certo. Evidentemente, se houver posição A ou B que não esteja desenvolvendo adequadamente, o Congresso tem seus instrumentos de influência política para fazer substituição necessária para o bem do Brasil.”
O presidente do Senado participou neste sábado, 20, de live promovida pelo Grupo Prerrogativas. O tema do debate virtual foi “Sob nova direção: os desafios do Poder Legislativo”.
O senador também disse que, apesar das falas de AI-5 ou de invocação de ditadura, não vê ameaças à democracia brasileira, mas, que se houver algum mínimo risco, o Congresso reagirá “à altura e com a severidade necessária”. Ele falava da crise política causada por vídeo gravado pelo deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ) na última terça-feira, 16, no qual atacou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e fez apologia ao Ato Institucional nº 5, o mais repressivo da ditadura militar.
Sem fazer nenhuma referência, Pacheco afirmou, porém, que seria melhor que essas falas não fossem ditas, porque é importante a compreensão de que o Estado Democrático de Direito existe e que é o melhor “para forjar a ordem e progresso”.
Silveira foi preso em flagrante por crime inafiançável por decisão do ministro Alexandre de Moraes. Sua prisão foi confirmada pelo plenário da Câmara dos Deputados.
O senador ainda disse que tem pregado a pacificação entre os Poderes, que significa o respeito ao papel institucional de cada um, afirmou ele. “Talvez a relação com mais amor entre as instituições e Poderes possa ser algo positivo para poder pacificar o Brasil, tenho pregado muito essa pacificação em um momento em que o País precisa muito. Significa o respeito ao papel de cada um, sem interferências”, afirmou. “Com o respeito recíproco entre os poderes e ao papel institucional de cada um, certamente vamos ter evolução”, completou.