Os restaurantes da rede Bom Prato, programa de segurança alimentar do governo de São Paulo, terão a gratuidade do serviço para a população de rua prorrogada até o dia 31 de julho deste ano, informou o governador João Doria (PSDB) nesta quarta-feira, 16. Serão inauguradas ainda 20 unidades móveis para distribuição de refeições em pontos específicos da capital paulista e de outras cidades.

O anúncio ocorre após a Justiça paulista ter determinado que o Estado continue a fornecer gratuitamente três refeições ao dia à população de rua em todos os municípios que possuem unidades do Bom Prato. A decisão vale enquanto perdurar o estado de calamidade causado pela pandemia de covid-19, que alavancou o número de famílias nas ruas.

No segundo semestre de 2020, após interrupção provisória do benefício, a Defensoria Pública e o Ministério Público do Estado ajuizaram ação civil pública solicitando o restabelecimento do fornecimento gratuito e integral das refeições. Naquele mesmo ano, a Justiça concedeu liminar determinando a manutenção do programa. A decisão do início deste mês confirmou o entendimento anterior.

Para receber a refeição gratuita, que é destinada à população de rua, é preciso ter um cartão cadastrado pelas prefeituras do Estado. Até o momento, foram disponibilizados 24,8 mil cartões aos municípios, informou o governo. Desde o início da crise sanitária de covid, o programa serviu 65 milhões de refeições, sendo que 1,4 milhão foram gratuitas.

Ao todo, são 60 unidades em operação em São Paulo: 22 delas estão localizadas na capital, 12 na Grande São Paulo, 8 no litoral e 18 no interior. Almoço e janta são oferecidos a R$ 1 para o público geral, enquanto o café da manhã custa R$ 0,50. Todos os restaurantes populares funcionam de segunda a sexta-feira, das 7h às 9h para o café da manhã, com o almoço a partir das 10h30, preferencialmente para idosos, e 11h para o público em geral. O jantar é servido a partir das 17h.

Bom Prato Móvel

Para auxiliar os restaurantes da rede, o governo anunciou nesta quarta a inauguração do Bom Prato Móvel, braço itinerário do programa que contará, em um primeiro momento, com uma frota de 20 carros. “O preço de R$ 1 por refeição será mantido, e as periferias que serão atendidas prioritariamente no programa do Bom Prato Móvel são as da capital de São Paulo, região metropolitana, Campinas, Guarulhos, Osasco, Várzea Paulista e Ferraz de Vasconcelos”, informou o governador João Doria.

“A seleção dos locais aqui apresentados levou em conta a densidade populacional, a vulnerabilidade social dessa população, assim como a distâncias das outras unidades que o Bom Prato tem – unidades fixas – aqui em São Paulo”, acrescentou. Conforme o governo do Estado, serão 20 caminhões atendendo aos locais contemplados. A operação será implantada de forma gradativa.

As unidades de Perus e Santo Amaro já estão em operação. Nesta quinta-feira, 17, começam a circular os caminhões com refeições a partir das unidades fixas de Capão Redondo, Campinas, Ferraz de Vasconcelos, Limão, Paraisópolis e São Mateus. Na sexta-feira, 18, tem início a operação móvel dos restaurantes 25 de Março e Santo André.

Por fim, na segunda-feira, 21, será iniciado o atendimento das unidades móveis de Guarulhos, Brás, Brasilândia, Osasco, Tucuruvi, Jundiaí e Guaianases. As outras três unidades começam a circular em abril em locais a definir. O preço unitário das refeições é o mesmo das refeições em todos os restaurantes do programa.

Secretária de Desenvolvimento Social do Estado, Célia Parnes apontou que o Bom Prato é “um programa que cresceu imensamente durante a pandemia, e com velocidade, passando a servir jantares, refeições aos finais de semana e feriados”. Com a implementação do Bom Prato Móvel, serão 94 unidades do programa até o final do ano, uma vez que governo paulista prevê chegar a 74 unidades fixas até lá.

Segundo a secretária, as unidades móveis “servirão ao entorno das unidades fixas, levando refeições às periferias, aos bolsões de vulnerabilidade a alguma distância das unidades fixas”. O Governo do Estado investiu R$ 3,66 milhões para operacionalizar as 20 unidades do Bom Prato Móvel e custear as refeições e demais itens de operacionalização. Com as unidades móveis, o governo acrescentou que ainda é possível atender emergências e calamidades em qualquer local do Estado, a depender da necessidade.