28/04/2025 - 16:55
O governo brasileiro está trabalhando em um formato de captação de recursos para empréstimos a juros baixos ao setor agrícola com a participação de estrangeiros que têm a intenção de deter terras no país.
Isso seria possível por meio da formação de sociedades de estrangeiros com brasileiros, considerando que a legislação nacional impede que investidores de outros países sejam proprietários de terras.
+Eco Invest: governo anuncia leilão para financiar recuperação de terras degradadas
O comentário foi feito pelo assessor especial do Ministério da Agricultura Carlos Augustin, durante coletiva de imprensa para apresentar um novo leilão no âmbito do programa Eco Invest Brasil, com foco em iniciativas de recuperação de pastagens degradadas. Esse plano pretende levantar US$2 bilhões para financiamentos com juros de baixo custo.
Segundo Augustin, essa não é a única fonte de recursos que o governo espera contar em sua meta de recuperar até 40 milhões de hectares de pastagens nos próximos dez anos, em um programa que reduz a pressão por novos desmatamentos, ao mesmo tempo em que diminui as emissões de gases de efeito estufa, pois as áreas recuperadas passariam a captar carbono.
“(…) Queremos pegar outros dinheiros (além do Eco Invest). Temos uma ideia de captar esse dinheiro de alguns países que gostariam de ser donos de terra no Brasil, mas que não podem, nossa legislação não permite, mas eles gostariam de ser sócios de agricultores brasileiros”, disse Augustin.
Ele destacou que isso parece ser “uma coisa impossível”, mas não é. “Estamos trabalhando em formato”, afirmou.
Ele explicou que essa seria também uma forma de obter taxas de juros baratas para ampliar os programas de recuperação de pastagens, transformando-as em terras produtivas para a produção de alimentos.
Esse tipo de iniciativa mostra que não é preciso “ter doação” para tais programas deslancharem, já que eles podem ser bons para todas partes envolvidas, despertando interesse de investidores que vão de europeus a chineses.