03/08/2016 - 16:03
Em 29 de agosto de 2016, durante o VI Congresso Brasileiro de Fertilizantes – a se realizar no Renaissance São Paulo Hotel, promovido pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) –, o Brasil conhecerá uma iniciativa para informar a população sobre a relevância de fertilizantes (o alimento das plantas), para o aumento da qualidade e segurança da produção alimentar.
Com a presença prevista de empresários e executivos de todos os elos do setor, representantes e autoridades políticas do agronegócio, academia e ciências agrárias, será lançado o braço nacional da inicativa Nutrients For Life, que já colhe importantes frutos em outros países, como Estados Unidos, onde nasceu, Canadá, México e Colômbia.
A Nutrientes Para Vida (NPV) possui Visão, Missão e Valores análogos à coirmã americana. Almeja esclarecer e informar a sociedade, sobre os benefícios dos fertilizantes (ou adubos) na produção dos alimentos, bem como sobre sua utilização adequada.
Atua somente com informações embasadas cientificamente, de modo a explicar claramente o papel essencial dos diversos tipos de fertilizantes na segurança alimentar e nutricional, além de seu efeito multiplicador na produtividade de culturas.
“Todo ser vivo necessita de nutrientes para o seu desenvolvimento. Eles são incorporados ao seu metabolismo para manter o ciclo vital. Portanto, as plantas também precisam de nutrientes e é justamente nos fertilizantes que eles se encontram”, afirma Luís Ignácio Prochnow, diretor-geral do Instituto Internacional de Nutrição de Plantas do Brasil (IPNI) e coordenador técnico da NPV.
Mitos e verdades
Calcula-se que aproximadamente 50% da produção de alimentos no mundo se deve a utilização dos fertilizantes. Sem eles, não haveria comida suficiente. Evidencia-se, assim, como é fundamental a iniciativa da Nutrientes Para a Vida de esclarecer que o correto manejo e compreensão dos fertilizantes traz benefícios à qualidade da alimentação e à saúde do ser humano.
É uma forma de por fim a alguns mitos que habitam o imaginário popular, em virtude de falta de conhecimento, de informações equivocadas passadas ao longo de décadas e ainda de certa confusão com outros produtos que nada têm a ver com os fertilizantes.
O Brasil é hoje o 3º maior produtor agrícola e 9º maior detentor de florestas plantadas do mundo. Ao todo, 72,2 milhões de hectares do País contam com culturas anuais e perenes, enquanto por volta de 200 milhões de hectares empregam pastagem.
Diante de um cenário futuro em que haverá elevado crescimento da população e, consequentemente, maior demanda de alimentos, faz-se obrigatório o incremento da produção sustentável, buscando garantir a segurança alimentar e nutricional. Para tanto, os agricultores precisam produzir em maior quantidade, mas muitas vezes em menores áreas.
Essa é mais uma evidência da necessidade dos fertilizantes, que são fontes de nutrientes imprescindíveis para a sobrevivência das plantas. Seu impacto positivo na agricultura é gigantesco: além de contribuir para o aumento da produção em larga escala, sem expansão significativa da área de cultivo, preservando-se portanto áreas naturais, atuam como fator de impulso às exportações e à geração de novos empregos.
Macro e micronutrientes
As plantas precisam de, pelo menos, 17 elementos para sobreviver. Uns em maior e outros em menor quantidade, embora todos sejam essenciais. Eles são separados em “macro” e “micro” nutrientes.
“Um cientista chamado Liebig criou a Lei do Mínimo, fundamental para o entendimento quanto à importância dos nutrientes para a sobrevivência da planta. Devemos imaginar que a planta é como um tambor de vinho: cada ripa de madeira é um nutriente, macro ou micro. Se uma das ripas estiver rachada, o vinho começa a vazar e se perderá até acabar. É a mesma coisa com as plantas: se faltar um nutriente, a planta será prejudicada em seu desenvolvimento e produção. Qualquer deficiência, não importa a quantidade, compromete seu desenvolvimento e produtividade”, comenta David Roquetti Filho, diretor da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), mantenedora da Nutrientes Para Vida.
Manejo adequado
Em busca da excelência da produção, a Nutrientes Para a Vida, por sua grande importância, promove a “Gestão 4C dos Nutrientes”, pautada em quatro princípios: fonte certa, dose certa, época certa e local certo. A agricultura sustentável é para aumentar a produção de forma social e economicamente viável, mantendo a integridade ecológica dos ecossistemas.
“Para evitar que haja algum problema de desequilíbrio no solo, é necessário seguir essas recomendações que são feitas por engenheiros agrônomos embasados em pleno conhecimento científico. É preciso, primeiramente, fazer uma análise do solo, verificar quais nutrientes estão faltando e repor aqueles que são essenciais”, explica Alfredo Scheid Lopes, professor emérito da Universidade Federal de Lavras, pesquisador emérito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e Consultor Técnico da Anda.
Os 4Cs precisam ser empregados conjuntamente para garantir que os nutrientes reajam com o solo e as plantas, permitindo boa absorção radicular e reduzindo as perdas. Os impactos positivos dessa prática são diversos e evidenciados por um melhor desempenho na agricultura, maior qualidade do solo e diminuição da poluição ambiental, entre outros.
Os agricultores também sentem mudança em sua produtividade, o que melhora a qualidade de vida e aumenta a atividade econômica das comunidades. Isso impulsiona a participação ativa de agricultores e demais profissionais envolvidos no segmento.
Fertilidade e responsabilidade
Para manter o solo fértil e a alta produtividade de novos cultivos, os nutrientes precisam ser repostos. Os fertilizantes cumprem esse papel, alimentando a planta, o que é essencial para o seu desenvolvimento. “Fertilizante é Vida e Paz, pois onde não tem alimento tem guerra”, enfatiza David Roquetti Filho. Fonte: Ascom