São Paulo, 17 – O Brasil manteve o status de segundo maior exportador mundial de algodão em 2023, apesar da queda anual de cerca de 10%. Com o embarque de 1,618 milhão de toneladas ao exterior de janeiro a dezembro, o País movimentou uma receita de US$ 3,07 bilhões no ano, informou em comunicado a Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa)

“A safra 2022/2023 teve impacto de efeitos climáticos adversos e, com isso, tivemos um volume menor para exportar. A conjuntura mundial também foi desafiadora para o algodão”, destacou na nota o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel.

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Segundo a associação, dois conflitos armados, ainda em curso, prejudicaram a economia mundial (Rússia/Ucrânia e Israel/Palestina). Com a instabilidade nos mercados internacionais, manteve-se a tendência de alta tanto na inflação como nas taxas de juros, desacelerando a economia em vários países. O resultado foi uma queda na demanda por algodão, com as indústrias têxteis operando em ritmo menor ao longo de 2023 e, consequentemente, importando menos.

“Era uma questão conjuntural. Tanto que já no segundo semestre o ritmo de exportações acelerou. Foi quando colhemos a safra 2022/2023, com desempenho recorde e ótima qualidade em campo”, explicou Schenkel. Segundo a Abrapa, 74% das exportações de 2023 (1,194 milhão t) ocorreram de julho a dezembro, superando em 24% o registrado no mesmo período de 2022. “De 2018 para cá, esta foi a segunda melhor marca”, comentou Marcelo Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa.

Com a receita proporcionada pelas exportações em 2023, o algodão firmou-se também como a sétima maior cadeia produtiva brasileira. O produto teve 2% de participação na receita total de US$ 167,5 bilhões de acordo com ranking de exportações do agronegócio do instituto Insper.