30/04/2014 - 10:29
Joesley Batista, presidente da J&F Investimentos, holding que controla a JBS, afirmou que o maior desafio a ser enfrentado pelo Brasil é o de realizar reformas que levem o País a aumentar a sua produtividade, o que significa ter uma produção industrial maior com custos mais baixos.
“O Brasil precisa se dedicar melhor à produtividade e não estamos falando apenas que o brasileiro precisa trabalhar mais ou ser mais qualificado. Produtividade é ter um sistema tributário e judiciário melhor”, afirmou Joesley Batista durante debate do seminário Rumos da Economia, realizado nesta segunda-feira, em São Paulo. O evento contou também com a presença do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Joesley Batista disse que o Brasil precisa reduzir a diferença de produtividade que há em relação aos níveis de economias maduras como os Estados Unidos, país onde a holding J&F tem uma série de investimentos em andamento. Ele citou como exemplo os números de produção do mercado frigorífico norte-americano.
“Os EUA tem um rebanho de 100 milhões de cabeças de gado enquanto que o Brasil tem 200 milhões. Mesmo com a metade do rebanho brasileiro, os Estados Unidos produzem 30% a mais de carne que o Brasil”, afirma.
Outro exemplo citado por Joesley diz respeito à mão-de-obra. Enquanto nos EUA uma planta que abate 6 mil bois por dia precisa de 3 mil trabalhadores, no Brasil esta mesma planta precisaria de 6 mil empregados já que apenas um trabalhador brasileiro é capaz de abater uma cabeça de gado enquanto que nos EUA um trabalhador é capaz de abater duas por dia. “Nos Estados Unidos temos 70 mil funcionários e aqui no Brasil temos 100 mil”, compara.
Segundo Batista, o Brasil passa pelo mesmo desafio dos países emergentes que sofrem com dificuldades em alcançar melhores níveis de produtividade. “Por outro lado, o Brasil é de longe melhor que a China em níveis de produtividade”, afirma.
Joesley participou de uma mesa de debates sobre o cenário macroeconômico e sobre a política monetária brasileira. Participaram da discussão o secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland; o economista-chefe do Bradesco, Otávio de Barros; o assessor da presidência do BNDES, Ernesto Lozardo; o economista do banco Itaú, Caio Megale e o presidente do instituto DataPopular, Renato Meireles.