20/10/2020 - 13:21
A demanda por ativos financeiros associados a práticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) no mercado brasileiro ainda vem de investidores estrangeiros, mas esse cenário deverá mudar, na avaliação do head de América Latina do BTG Pactual Asset Management, Will Landers.
“A demanda está vindo mais de fora do Brasil, mas acreditamos que isso vai mudar, à medida que os investidores percebam as vantagens de investir em companhias com práticas ESG”, afirmou Landers nesta terça-feira, 20, em painel durante a Semana BNDES Verde, que terá seminários transmitidos pela internet todos os dias até a próxima sexta-feira, 23.
Segundo Landers, o BTG Pactual ainda está implementando políticas de ESG em seus processos, incluindo, no caso da gestora de recursos, uma busca pelo engajamento das empresas nessas práticas. “Não temos ainda um padrão para julgar as cias, para saber se estão bem ou não em ESG”, afirmou o head do BTG Pactual Asset Management.
Nesse quadro, Landers classificou como “um bom caminho” a opção do BTG Pactual Asset Management por construir um índice de ações, em parceria com a Standard & Poor’s Dow Jones Índices (S&P DJI), ao lançar o primeiro Exchange Traded Fund (ETF) com critérios ESG do mercado brasileiro, que começou a ser negociado no início do mês com o código ESGB11.
Para montar o ETF ESGB11, foi construído um índice de ações específico, baseado na mesma metodologia utilizada no Dow Jones Sustainability Index. Pela metodologia, o índice exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais (tabaco, armamento e carvão, por exemplo), no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU (UNGC em inglês) e também empresas sem pontuação ESG da S&P DJI. Com isso, as ações de Petrobras, Vale e JBS ficaram de fora do ESGB11.