10/03/2020 - 21:34
Com o coronavírus se espalhando para grande parte do mundo, a procura por máscaras cirúrgicas também se intensificou. Na China, fabricantes não estão dando conta da procura. Em São Paulo, entidades representantes de farmácias declararam que o item está em falta até nos distribuidores. Porém, a cadeia produtiva de algodão, principal fornecedor de insumo para a produção de protetores respiratórios mais simples, ainda não identificou sinais deste movimento em suas vendas.
Atualmente, o Brasil é o 4º maior produtor mundial do algodão. Segundo o Statista, o País produziu 2,787 milhões de toneladas no ciclo 2018/2019. O portal alemão de estatística reúne informações de institutos de pesquisa de mercado e econômicos de todo o mundo.
Estão na frente do Brasil a Índia, como 5,770 milhões de toneladas, os Estados Unidos, com 3,999 milhões de toneladas, e a China, com 3,500 milhões de toneladas.
No Brasil, o Mato Grosso é o maior produtor. E por lá, ainda não há indícios de que a indústria de máscaras está indo às compras do insumo com mais empenho. Uma das maiores cooperativas de algodão em território nacional, a CooperFibra, confirma.
“Não tivemos qualquer movimento diferente nas vendas [nos dois primeiros meses deste ano]”, garantiu o responsável comercial pelo segmento algodão da CooperFibra, Carlos Menegati. Para ele, não está claro se os protetores respiratórios vão influenciar o seu segmento.
Porém, a cotação do algodão vem subindo, segundo o Indicador do Algodão em pluma Cepea/Esalq – à vista. O índice é realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP).
Mas a relação entre inflação do insumo e a demanda da indústria de produtos médicos ainda não está clara. “Não podemos afirmar que esse aumento nas cotações está ligado à produção de máscaras para prevenção de coronoravírus”, informa o Cepea, por meio de nota.
Hoje, o indicador apresentava avanço de 0,58% nos preços apenas em março. No acumulado do ano, a alta atinge 9,44%. Movimento que ocorre há seis meses, de acordo com os especialistas do Centro.
“A sustentação veio da posição firme da maior parte dos vendedores. Além disso, o dólar em patamar elevado reduziu a disponibilidade doméstica, tendo em vista que favoreceu a exportação”, afirma o Cepea.