Os preços globais do café arábica atingiram novas máximas de 13 anos nesta quinta-feira, com o mercado continuando preocupado com riscos regulatórios e com a safra do Brasil em 2025.

De acordo com o Cepea/Esalq, um centro de pesquisa da Universidade de São Paulo, os agricultores do Brasil, que cultivam quase metade do arábica do mundo, venderam grande parte da safra deste ano e só estão negociando quando o preço é atraente.

Isso ocorre apesar dos recentes aumentos de preços, observou o centro de pesquisa.

O índice de preços locais do arábica do Cepea atingiu na segunda-feira o valor mais alto desde fevereiro de 1998, impulsionado também pela oferta limitada de robusta no Vietnã, maior produtor dessa variedade, e no Brasil.

Os contratos futuros de março do café arábica na bolsa ICE, referência para preços físicos do café em todo o mundo, fecharam em alta de 3,2 centavos, ou 1,1%, a 2,957 dólares por libra-peso, depois de terem atingido o valor mais alto desde abril de 2011, a 2,9750 dólares.

Os contratos futuros de janeiro do café robusta caíram 0,2%, para 4.787 dólares a tonelada métrica.

A safra brasileira do próximo ano parece ter perdido algum potencial após a seca do início do ano, com a umidade do solo ainda baixa, apesar das chuvas recentes, e os corretores brasileiros locais citando árvores com muitas folhas e poucas cerejas.

Quanto à demanda, a Luckin Coffee , da China, assinou um acordo para comprar 4 milhões de sacas de café do Brasil.

“Essa é uma representação justa do potencial de crescimento em mercados de café relativamente novos. Espera-se que o consumo na China continue crescendo em torno de 16,50% ao ano”, disse a corretora I and M Smith.

Na frente regulatória, o mercado teme que uma tentativa dos partidos de direita no Parlamento Europeu de diluir o Regulamento de Desmatamento da UE (EUDR) possa sair pela culatra, preservando o prazo original de dezembro de 2024, em vez da proposta atual de um atraso de 12 meses.

Em outras negociações de soft commodities, o cacau em Londres subiu 1,7%, para 7.084 libras por tonelada.

O açúcar bruto caiu 1,2%, para 21,38 centavos de dólar por libra-peso.