10/07/2025 - 15:58
A safra de café do Brasil em 2025 foi estimada nesta quinta-feira em 57,5 milhões de sacas de 60 kg, acréscimo de 4,0% em relação ao mês anterior, de acordo com levantamento mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que agora passou a ver um aumento na produção em relação a 2024.
Conforme os dados do IBGE, a safra no maior produtor e exportador global de café deverá aumentar 0,8% em relação ao ano passado, com impulso de uma produção recorde de café canéfora, que envolve as variedades robusta e conilon, à medida que a colheita se desenvolve no Brasil.
Nos últimos levantamentos mensais, o IBGE indicava uma redução na safra total em relação a 2024, apesar de ajustes positivos nas perspectivas desde março.
Na avaliação mensal, o IBGE ainda apontou alta de 0,8% na produção de café arábica, que responde pela maior parte da produção brasileira, para 37,5 milhões de sacas de 60 kg.
Ainda assim, a colheita do arábica cairá 6,2% em relação ao volume produzido em 2024, devido à bienalidade negativa, ou seja, um declínio natural da produção em função das características fisiológicas da espécie.
No caso do canéfora, a estimativa da produção passou para 20 milhões de sacas, acréscimos de 10,8% em relação ao mês anterior e de 17,3% em relação ao volume produzido em 2024.
“Como os preços do conilon encontravam-se apresentando boa rentabilidade, os produtores investiram mais em tratos culturais e adubação, o que resultou na melhoria da produtividade“, disse o IBGE.
“Há de se ressaltar também que os volumes de chuvas nos principais municípios produtores foram satisfatórios de um modo geral, apesar da demora delas em alguns deles.”
Inflação
Os preços do café, que foram um dos vilões da inflação este ano no Brasil, refletindo uma menor safra do país em 2024 e também problemas em outros países produtores, começaram a desacelerar em junho, destacou o IBGE.
O café moído, segundo o IPCA, do IBGE, desacelerou para uma alta de 0,56% no mês passado, ante 4,59% em maio, à medida que a colheita no Brasil ganhou ritmo.
Após bater recorde duas vezes seguidas na variação em 12 meses, o indicador deixou para trás o pico da série histórica e encerrou o período em junho com alta de 77,78%.
Em maio, o produto teve alta em 12 meses de 82,24%, e até abril, de 80,20%, os dois maiores patamares do Plano Real.
“O índice do café começa a ceder. O que vemos é uma colheita maior e isso está chegando na cadeia de produção e ao consumidor final”, disse o gerente do IBGE, Fernando Gonçalves.
Ele disse que as tarifas dos EUA de 50% sobre produtos brasileiros, em tese, poderiam aumentar a oferta interna de café, já que os norte-americanos são os maiores compradores do grão nacional.
“Mas tem que aguardar pra ver se o Brasil não vai abrir outros mercados”, acrescentou.