25/09/2020 - 15:38
São Paulo, 25/09 – O Conselho Nacional do Café (CNC), entidade que reúne as principais cooperativa do setor, informa que 30 instituições financeiras assinaram contratos para o recebimento de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), totalizando R$ 5,108 bilhões, até hoje (25), valor que corresponde a 89,45% do total de R$ 5,710 bilhões disponíveis. Ainda restam dois agentes – Santander Brasil (tomou parcialmente os recursos) e Citibank – que se credenciaram a rubricar os contratos, envolvendo um montante de R$ 602,5 milhões, destaca o CNC, em boletim semanal.
O CNC acrescenta que a liberação dos recursos aos agentes até o momento se encontra em R$ 2,061 bilhões, com data de referência de 4 de setembro. Do volume repassado, R$ 861,4 milhões foram destinados à Comercialização, o que corresponde a 37,5% do disponibilizado para esta linha; R$ 566,4 milhões para Custeio (35,4%); R$ 362,1 milhões ao Financiamento para Aquisição de Café – FAC (31,5%); e R$ 270,6 milhões para Capital de Giro (41,6%).
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Com relação à questão de armazenamento do café, pois o País colhe a segunda maior safra da história (61,6 milhões de sacas), o presidente do CNC, Silas Brasileiro, declarou no boletim que “a combinação de clima seco com as instruções que transmitimos (de higiene e precaução contra covid-19) permitiram um andamento célere da colheita, culminando em maior entrada de café nos armazéns de nossas cooperativas em um período mais estreito. Isso não foi problema, pois as cooperativas cafeeiras que compõem o CNC vêm se estruturando e aumentando suas capacidades”.
Outro ponto levantado por ele, que justifica o maior volume de café estocado nas cooperativas, reflete o profissionalismo e a capacitação dos produtores na negociação. “A maior parte desse café nos armazéns não implica excesso de oferta, uma vez que, dependendo da cooperativa e de sua localidade, entre 60% e 70% desse produto estocado já se encontra comercializado, porcentual acima de uma média, para esse período, que se situa pouco acima de 40%”, revelou.
O presidente do CNC salientou, ainda, que os produtores estão cada vez mais capacitados e contam com a expertise dos departamentos técnicos das cooperativas para realizarem bons negócios, travando suas vendas de maneira antecipada. “O resultado é que os cafeicultores cooperados entregam, hoje, seu café acima de R$ 600 por saca, preço superior ao negociado no mercado físico atualmente”, comparou.
As diversas formas de comercialização que as cooperativas do CNC oferecem, como barter, que envolve a troca do café por insumos e maquinários, por exemplo, também contribuem para o cenário de bons volumes estocados. “Por isso grande parte dos cafés armazenados já está vendida, com nossas cooperativas os preparando para entregá-los aos compradores”, concluiu.