São Paulo, 19 – O Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) bateu recorde de liberação de recursos na safra 2018/19, conforme levantamento da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, divulgado pelo Conselho Nacional do Café (CNC). Foram repassados R$ 3,5 bilhões ao setor dos R$ 4,2 bilhões disponibilizados nos agentes financeiros entre 1º de julho de 2018 e 30 de junho deste ano. Esse volume representa um crescimento de aproximadamente 35% sobre o ciclo antecedente e de 17% ante recorde anterior, na temporada 2016/17 (R$ 3 bilhões).

O presidente do CNC, Silas Brasileiro, informou em comunicado que “os R$ 3,5 bilhões da safra passada permitiram que a cadeia produtiva mantivesse sinergia na comercialização e que produtores, industriais e comerciais não se vissem estrangulados em nenhum dos picos de alta ou baixa do mercado”.

Ele destacou a importância dos bancos cooperativos e cooperativas de crédito na distribuição dos recursos do fundo. Esses agentes responderam por mais de 20% do total repassado na safra passada. “Bancoob e Sicredi e outras dez cooperativas de crédito repassaram mais de R$ 710 milhões. Essas instituições são fundamentais para potencializar a chegada dos recursos aos produtores, dando maior capilaridade ao capital do Funcafé e fazendo com que o dinheiro chegue a um maior número de cooperativas de produtores e cafeicultores”, comentou.

No total, foram realizadas 5.139 operações de crédito com o Funcafé. Ratificando o argumento do presidente do CNC, produtores e cooperativas responderam por 96,8% desse montante. “Nossas cooperativas e cafeicultores totalizaram 4.975 operações, as quais movimentaram R$ 2,826 bilhões, sendo responsáveis por quase 80% de todo o movimento do Funcafé na safra 2018/19”, salientou Brasileiro.

Geadas

Representantes do CNC reuniram-se, na quarta-feira, 17, com o diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Silvio Farnese, para discutir a viabilidade de uma linha de crédito que atenda aos produtores que possam ter sofrido impactos com a ocorrência das recente geadas.

O presidente do CNC disse que o pedido feito ao governo é para que haja um custeio especial ou uma linha especial de crédito a esses cafeicultores prejudicados.

Segundo Brasileiro, o CNC realizou contatos com entidades estaduais, como as Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural e Institutos de Pesquisa, além das cooperativas associadas, que informaram que estão realizando um levantamento sobre o possível impacto da geada. “Há relatos de lavouras que foram muito afetadas em algumas regiões e de ímpeto menos agressivo em outras áreas do cinturão cafeeiro. Estamos apurando o real impacto desse fenômeno climático e o levantamento de produtores e localidades que necessitarão de suporte para o restabelecimento de seu cafezal”, concluiu Brasileiro.