O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou nesta quarta-feira, 29, que os dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) correspondem às expectativas da pasta, apesar de ele não ter acompanhado as projeções do mercado.

Em fevereiro, segundo o Caged, foi registrado um saldo de 241.785 vagas com carteira assinada, acima da mediana prevista pelo mercado. Na avaliação do ministro, deve haver crescimento no próximo mês, mas em menor grau devido ao efeito da sazonalidade. “Espero que no decorrer do ano a economia retome o processo do crescimento mais robusto e possa colaborar com saldos mais precisos até o final do ano”, disse.

O ministro esclareceu que a pasta tem acompanhado quais serão os impactos do novo Bolsa Família, da correção da tabela do imposto de renda e do reajuste do salário mínimo para R$ 1.320 a partir de maio nos próximos registros do Caged.

Ele também citou a isenção do imposto de renda anunciada no atual governo para quem ganha até dois salários mínimos (R$ 2.640). “Isso vai direto para renda, crescimento da renda para eventual solução do endividamento ou consumo ou gestão das duas coisas”, disse.

Segundo Marinho, a retomada do programa Minha Casa Minha Vida também deve promover impactos nas vagas da construção, mas pode demorar alguns meses. A retomada de obras paradas, bandeira do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deve ter efeito mais imediato, segundo ele.

Valorização do salário mínimo

O ministro do Trabalho afirmou que no mês de abril deve haver uma consolidação de qual será a proposta apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a valorização do salário mínimo. Na próxima semana, segundo o ministro, será promovida uma reunião com centrais sindicais para tratar sobre o tema.

“Chegaremos durante o mês de abril na consolidação de qual será proposta a ser apresentada para ser chancelada ao presidente”, disse Marinho.

O presidente Lula assinou um despacho no início do governo que cria um grupo de trabalho interministerial para formular, em até 90 dias, uma política de valorização do salário mínimo. O Executivo já anunciou que o salário mínimo, hoje em R$ 1.302, deve ser reajustado subir a R$ 1.320 a partir de maio.

O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro mudou a recomposição do mínimo, que passou a considerar o INPC. Antes, a regra estabelecia a correção com base na inflação do ano anterior mais um aumento com base na variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.