05/12/2017 - 17:12
São Paulo, 5/12 – O uso de recursos próprios no financiamento da safra 2017/18 de soja de Mato Grosso diminuiu, ao mesmo tempo em que aumentaram os recursos aplicados pelas multinacionais e revendas, mostra estudo do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Na safra 2016/17 os recursos próprios representavam 33% do financiamento da safra; na atual temporada, 19%.
O Imea atribuiu a queda à descapitalização do produtor, com queda na rentabilidade. “Este estreitamento da margem foi pautado, sobretudo, pela quebra de safra e consequente baixa oferta de milho em 2016, quando os preços estavam atraentes, seguido da maior oferta das commodities em 2017, que resultou na queda dos preços”, destacou o instituto.
Multinacionais e revendas, que representavam 38% do custeio total na temporada anterior, agora somam juntas 52%. As empresas de agroquímicos, fertilizantes, sementes e grãos aumentaram de 24% para 35% sua participação, reflexo da maior procura por operações de barter para obtenção dos insumos. As revendas representavam 14% e nesta safra atingem 17%.
O sistema financeiro atende a 15% da soma total, contra 12% há um ano. “Este aumento foi pautado, principalmente, pela menor disponibilidade de recursos controlados e aumento da oferta de recursos livres, através de LCAs, moeda estrangeira, e outras fontes, o que fez com que diminuísse a participação porcentual dos recursos federais no custeio agrícola do produtor mato-grossense”, disse o Imea.
Os bancos com recursos federais representaram 14% do financiamento, ante 17% no ciclo anterior. Juntas, as duas formas de financiamento bancário representaram 29% do total de custeio, participação igual à da safra 2016/17.
De acordo com o Imea, a tendência nesta safra é de crescimento da alavancagem do produtor, uma vez que a participação de capital de terceiros saiu de 60% para 81%, o que fez o mercado injetar mais de R$ 2,5 bilhões neste ano ante 2016 para custear a safra 2017/18 de soja em Mato Grosso.
O custo de produção da safra de soja 2017/18 em Mato Grosso caiu 6,9% ante 2016/17. “Com o custeio de R$ 1.981,54/hectare e uma área projetada em 9,42 milhões de hectares, o total de custeio no Estado para o ano agrícola de 2017/18 foi de R$ 18,661 bilhões”, disse o instituto.