21/10/2022 - 14:41
O vice-presidente de Rede de Varejo da Caixa Econômica Federal (CEF), Julio Volpp, disse nesta sexta-feira, 21, que os atrasos na liberação de recursos do consignado do Auxílio Brasil se devem à alta demanda pela linha de crédito. Segundo ele, o banco trabalha para normalizar os prazos.
“Tivemos um excesso de demanda em termos de procura”, disse o executivo, durante agenda da Caixa na capital paulista, para divulgar ações de conscientização no Outubro Rosa.
Segundo Volpp, a busca por empréstimos aumentou cerca de dez vezes a partir da liberação da linha de crédito, em meados deste mês. “Nós estamos processando os pedidos e trabalhando para normalizar”, pontuou.
O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) mostrou que a liberação dos recursos, que deveria acontecer em até dois dias úteis, tem levado até 15 dias.
A presidente da Caixa, Daniella Marques, ressaltou que a demanda pelos recursos tem sido alta, entre outros pontos, porque a população está endividada em linhas com juros mais altos, e assim, toma o consignado do Auxílio para pagar estas dívidas. Ou seja: troca uma dívida por outra, mais barata.
A executiva citou dados do Banco Central sobre taxas de juros no crédito. No cartão de crédito, por exemplo, os juros médios do rotativo eram de 13,8% ao mês em junho. No crédito pessoal não consignado, estavam em 5,4% mensais. Nos bancos que operam com clientes negativados, os juros chegavam a 19,8% ao mês.
O consignado do Auxílio Brasil operado pela Caixa tem taxa de 3,45% ao mês – o teto estabelecido pelo Ministério da Cidadania é de 3,5%. Marques disse que outros bancos que estão autorizados a operar a linha não iniciaram os empréstimos, em muitos casos, porque não têm presença junto ao público-alvo.
A Caixa distribui o Auxílio Brasil, bem como outros programas sociais do governo. A presidente do banco destacou que as instituições que operam a linha não podem fazer propaganda do crédito. Diante disso, a demanda expressiva reflete a necessidade financeira deste público, de acordo com ela.
Marques pontuou, por fim, que o maior risco de inadimplência da linha já está inserido nas taxas cobradas, que são mais altas que as de outras linhas de crédito consignado.