O Ministério da Saúde inicia hoje (25) a campanha de vacinação dos povos yanomami. Os indígenas recebem vacinas bivalentes contra a covid-19 e imunizantes de rotina do calendário adulto e infantil.

De acordo com a pasta, a previsão é que cerca de 20 mil doses bivalentes contra a covid-19 atendam seis comunidades yanomami: Surucucu, Kataroa, Maloca, Paapiú, Auaris, Missão Catrimani e Waputha.

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A imunização estava prevista para começar em 27 de fevereiro, juntamente com a campanha nacional, mas foi antecipada em razão do que o ministério descreveu como “grave crise sanitária e humanitária encontrada no território”.

A ação será operacionalizada junto à Secretaria de Saúde de Roraima, com o apoio de profissionais da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) que já estão atuando na Terra Indígena Yanomami.

Treinamento

O Centro de Operações de Emergência (COE) notificou a chegada de 24 tablets para otimizar a coleta de dados epidemiológicos das equipes da Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) e no restante do território.

Parte das equipes, segundo o ministério, passou por treinamento para utilizar os 20 telefones satelitais que chegaram na capital Boa Vista. O aparelho vai permitir que agentes enviados para localidades distantes e de difícil acesso mantenham a comunicação com o centro de emergência local.

Na semana passada, foi concluída a construção de um poço para fornecimento de água na comunidade Yeakeplaupi, Polo Base de Palimiu, onde vivem 160 yanomami. Ao todo, o Território Indígena Yanomami tem cerca de 31 mil indígenas, espalhados em mais de 370 comunidades.

Atendimentos

Um mês após a Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional ser declarada na terra yanomami, mais de 5 mil atendimentos médicos a indígenas encontrados em grave situação de desassistência foram realizados na região. Entre as crianças acompanhadas na casa de apoio, 78% evoluíram de quadro grave de desnutrição para moderado.

Os atendimentos emergenciais são realizados pela Força Nacional do SUS nos polos base das regiões de Auaris, Surucucu e Missão Catrimani. Em Boa Vista, parte dos atendimentos é realizada por equipes de voluntários da Casai ou no hospital de campanha montado na área externa, com apoio das Forças Armadas. Os casos mais graves são encaminhados para a rede hospitalar da capital.

A entrada no território e na casa de apoio é restrita a profissionais que atuam na missão, atendendo a pedidos de lideranças indígenas que apontam cuidados à exposição da imagem, sobretudo em relação a indígenas doentes e aos seus mortos.