09/02/2021 - 10:00
São Paulo, 9 – Trabalhadores de frigoríficos fazem parte do próximo grupo de pessoas que poderão receber a vacina contra a covid-19 em alguns Estados norte-americanos, e seus chefes querem que eles sejam vacinados. No entanto, muitos desses trabalhadores continuam receosos quanto à segurança e eficácia das vacinas, de acordo com pesquisas de empresas, grupos de trabalhadores e alguns dos próprios funcionários.
Alguns temem uma possível exigência de prova de status de imigração para receber a vacina, disseram representantes dos trabalhadores, enquanto outros que não falam ou não leem inglês podem ter dificuldade para descobrir onde tomar a vacina.
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Para representantes da indústria de carnes, as vacinas são a melhor garantia de segurança para funcionários que trabalham por várias horas ao dia e lado a lado nas linha de processamento. No ano passado, milhares de trabalhadores do setor ficaram doentes e mais de 130 morreram, de acordo com estimativas de sindicatos.
“Não há dúvida de que, se conseguirmos uma aceitação muito alta da vacina, isso será fundamental para nos ajudar a controlar a pandemia”, disse Tom Brower, vice-presidente sênior de saúde e segurança da Tyson Foods, a maior processadora de carnes dos EUA em receita. Na semana passada, 45 funcionários em uma unidade de processamento de frango da Tyson na Carolina do Norte foram vacinados.
Por enquanto, as empresas de carne disseram que não vão exigir que os trabalhadores sejam vacinados. Em vez disso, companhias como Tyson, Pilgrim’s Pride, Sanderson Farms, Smithfield Foods e Perdue Farms estão produzindo vídeos educacionais, pôsteres e apresentações para promover a vacinação.
A Pilgrim’s e a JBS USA Holdings, a maior processadora de carne bovina do país, estão oferecendo bônus em dinheiro aos funcionários que forem vacinados, e cerca de 500 já receberam a vacina até agora, disse uma porta-voz.
A confiança também pode ser um problema. Para alguns trabalhadores, as empresas perderam credibilidade depois do que os críticos chamaram de esforços lentos ou insuficientes para proteger os trabalhadores quando as infecções se espalharam pelas fábricas no ano passado. “Existe essa desconfiança nas empresas”, disse Magaly Licolli, cofundadora do grupo de defesa dos trabalhadores Venceremos, que trabalha com funcionários de unidades de processamento de frango de Arkansas. Licolli disse que está incentivando os trabalhadores a tomar a vacina, mas disse que as companhias não deveriam exigir isso. Fonte: Dow Jones Newswires.