A força das bolsas internacionais é insuficiente para estimular nesta quinta-feira, 9, nova alta do Ibovespa, que na quarta-feira subiu 1,97%, se aproximando da marca psicológica dos 110 mil pontos (109.951,49 pontos). Ainda que de forma moderada, o índice passa por um ajuste, ainda por conta da desvalorização do petróleo, após altas recentes, e os temores com novos ruídos políticos.

Apesar de uma pausa na quarta nas críticas do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao Banco Central, as pressões devem permanecer e são monitoradas. Líderes petistas na Câmara decidiram apoiar o convite para que Roberto Campos Neto (BC) vá ao Congresso explicar a política de juros da instituição.

Além disso, a virada do petróleo para baixo no exterior e a possibilidade de ajuste podem ser risco de desvalorização para o índice Bovespa.

“A pressão deve continuar elevada, o que tende a manter uma postura cautelosa de parte do mercado. O tema continuará sendo monitorado e novas declarações devem causar volatilidade, sendo este o principal direcionador de curto prazo para os ativos domésticos”, avalia em relatório o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.

Os investidores ainda avaliam o IPCA de janeiro e as vendas varejistas de dezembro. No caso da inflação, a taxa do indicador foi de 0,53%, após 0,62% no último mês de 2022, ficando abaixo da mediana de 0,57% (0,47% a 0,66%).

“A desaceleração é uma boa notícia, mas há perspectiva de alta em fevereiro por Educação, por sazonalidade, e por gasolina. Só que o mercado está olhando o futuro, em meio a dúvidas fiscais, todo esse ruído BC”, avalia o economista da Tendências em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Já o varejo restrito recuou 2,6% em dezembro ante novembro (mediana: -2,9%). Conforme a Terra Investimentos, o fraco desempenho das vendas do varejo em dezembro “já reflete o desaquecimento da economia, efeito defasado do longo processo de aperto monetário recente”, cita em relatório. Além disso, acrescenta, repercute a exaustão do efeito dos benefícios sociais – como a expansão do Auxílio Brasil – como sugere a queda generalizada do varejo no mês.

O noticiário corporativo interno também fica no radar, sobretudo Petrobras e setor financeiro. Hoje após o fechamento da B3, será divulgado o balanço do Bradesco. Hoje, as ações do Itaú testam queda, após subirem ontem após o seu balanço ter agradado aos investidores. Hoje a BB Seguridade informou que o lucro líquido subiu 47,3% em um ano, mas os papéis cediam 4,48% às 11h06.

Sobre a Petrobras, a empresa informou que fechou o quarto trimestre de 2022 com produção média comercial de 2,325 milhões de barris diários de óleo equivalente (boe, petróleo e gás natural), queda de 3,3% na comparação anual. Em relação ao trimestre anterior, o recuo foi de 0,2%. Apesar dos dados fracos, a companhia diz que atingiu todas as metas de produção, com total de 2,154 mi bpd de petróleo. Os papéis subiam 0,92% (PN) e 0,58% (ON), no horário mencionado acima.

Vale ON subia 0,35%, de forma moderada se comparada com a valorização de 2,62% do minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, na China.

Às 11h07, o Ibovespa caía 0,10%, aos 109.837,19 pontos, após subir 0,09%, aos 110.045,92 pontos, na máxima, ante mínima aos 109.479,56 pontos (-0,43%).