25/10/2022 - 15:12
A campanha do candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), divulgou uma nota nesta terça-feira, 25, em que nega qualquer impedimento de veiculação de imagens em relação ao tiroteio que paralisou a agenda em Paraisópolis, na semana passada. Segundo a campanha, houve apenas um pedido para que não fossem enviadas imagens que expunham as pessoas que estavam no local, incluindo jornalistas.
Hoje, a Folha de S.Paulo publicou um áudio em que mostra que um integrante da campanha do Tarcísio mandou um cinegrafista da Jovem Pan apagar imagens do tiroteio. De acordo com a reportagem, após o tiroteio, o cinegrafista e outros profissionais de imprensa foram levados em uma van da campanha a um prédio usado pela equipe de Tarcísio. No local, foi perguntado ao profissional da emissora sobre o que ele havia filmado e a ordem para que ele apagasse as imagens. “Você filmou os policiais atirando?”, questiona um integrante da campanha. “Não, trocando tiro efetivamente, não. Tenho tiro da PM pra cima dos caras”, responde o cinegrafista. O membro da campanha ainda pergunta se ele havia filmado as pessoas que estavam no local onde o evento com Tarcísio foi realizado. “Você tem que apagar”, diz o segurança.
De acordo com a campanha do ex-ministro da Infraestrutura, há uma “grave tentativa de descontextualização do episódio em Paraisópolis e de interpretação equivocada do áudio divulgado”. “Em primeiro lugar, o cinegrafista, bem como outros jornalistas que estavam em situação de risco, foram colocados na van da equipe de Tarcísio para garantir a sua segurança na saída do local. Nesse momento, foi pedido que não fossem feitas imagens internas do carro e nem na chegada da base de trabalho da equipe para que ninguém fosse exposto dada a gravidade do ocorrido”, esclareceu a campanha.
Segundo a nota divulgada, ao chegar na base, um integrante da equipe perguntou ao cinegrafista se ele havia filmado aqueles que estavam no local e se seria possível não enviar essa parte do vídeo “para não expor as pessoas que estavam lá”. “O questionamento foi feito na chegada da base, após o tiroteio, em frente a todos que lá estavam, incluindo jornalistas de outras emissoras”, pontua.
“Nunca houve nenhum impedimento por parte da campanha em relação a isso. Qualquer afirmação que questione isso é uma mentira”, afirma.
Por fim, a nota diz que a equipe e o instituto em que o candidato fazia campanha passaram por um “episódio traumático, no qual tiveram as suas vidas em risco”, e acusa parte da imprensa e da campanha do adversário de Tarcísio no segundo turno, Fernando Haddad (PT), de fazer “uso desrespeitoso” sobre o episódio. “É algo que extrapola qualquer limite referente a posicionamentos políticos e à própria disputa eleitoral”, conclui.