25/09/2024 - 8:32
São Paulo, 25 – O Brasil acumulou em agosto 1,861 milhão de sacas de 60 kg de café não embarcadas, com a continuidade dos elevados índices de atrasos ou alterações de escala dos navios para exportação do produto, de acordo com levantamento do Conselho dos Exportadores de Café do País (Cecafé). Os associados do conselho são responsáveis por 77% dos embarques totais.
No mês passado, o Brasil conseguiu enviar 3,774 milhões de sacas ao exterior, a um preço médio de US$ 256,55 por saca. Dessa forma, o volume não embarcado em virtude de gargalos logísticos em agosto indica que o País deixou de receber US$ 477,41 milhões em receita cambial, disse o Cecafé.
Além disso, mostrou o levantamento, os exportadores associados tiveram custos extras e imprevistos de R$ 5,364 milhões no mês passado.
De acordo com o Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela startup ElloX Digital em parceria com o Cecafé, 69% dos navios, ou 197 de um total de 287 embarcações, tiveram alteração de escalas ou atraso para exportar café nos principais portos do Brasil. O maior prazo de espera foi de 29 dias entre a abertura do primeiro e do último deadline, registrado no Porto de Santos.
O diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron, disse em boletim que a entidade vem buscando diálogo com autoridades públicas e privadas para encontrar um caminho que, ao menos, mitigue esses prejuízos ao comércio exportador. “Esse cenário é reflexo dos congestionamentos portuários e da falta de infraestrutura adequada nos portos brasileiros para atender às demandas crescentes das cargas conteinerizadas destinadas à exportação”, afirmou. “Nesse sentido, são necessárias a ampliação de investimentos e maior celeridade, urgência, na execução dos projetos existentes e na adoção de novas medidas, pois, apesar dos recordes que o café vem registrando, o potencial dos embarques já está reduzido, como demonstramos com o 1,9 milhão de sacas que estão acumuladas, sem embarque, em agosto.”