São Paulo, 12 – O Brasil exportou 3,626 milhões de sacas de café em fevereiro deste ano, volume 48,9% acima dos 2,435 milhões de sacas exportadas pelo País em fevereiro do ano passado. O faturamento com os embarques externos também cresceu, na base de 47,2%, para US$ 757,3 milhões – ante US$ 514,3 milhões de fevereiro do ano passado. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira, 11, pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

O Cecafé informa também que, no acumulado de oito meses da safra 2023/24, o total exportado pelo País alcança 30,689 milhões de sacas, ou 24,3% acima de igual intervalo da safra passada. O faturamento somou US$ 6,069 bilhões, alta de 6,1%.

Em janeiro e fevereiro deste ano, as exportações de café arábica bateram em 6,076 milhões de sacas, ou 79,38% do total de café vendido ao exterior pelo Brasil e avanço de 35% ante o primeiro bimestre de 2023. Em seguida, vem o café canéfora, com 1,031 milhão de sacas, alta de 531,4% no mesmo período, perfazendo 13,47% do total exportado entre janeiro e fevereiro pelo Brasil.

Na sequência vêm o café solúvel, com 542,4 mil sacas (queda de 11,3% e 7,09% do total) e o produto torrado e moído, com 4.593 sacas (-11,3% e 0,06% de representatividade), segundo o Cecafé.

Para o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, o conilon e o robusta (os canéforas) estão com preços mais competitivos do que os dos concorrentes. “Temos disponibilidade do produto, que vem ocupando os espaços deixados pela quebra de safra de Vietnã e Indonésia, que são o primeiro e terceiro maiores produtores da variedade”, complementa.

Ferreira comentou ainda, na nota do Cecafé, sobre os conflitos no Mar Vermelho, que têm afetado o tráfego normal de navios. Segundo ele, por enquanto o setor exportador de café brasileiro “não recebeu notificações de impacto nos embarques, tanto que o desempenho é positivo no bimestre”. Ele avaliou, porém, como “preocupante” o cenário global. “Precisamos seguir atentos, pois os preços dos fretes vêm subindo, assim como os congestionamentos e atrasos de navios nos portos”, disse.

Conforme o Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela startup de tecnologia no segmento logístico ElloX Digital, em parceria com o Cecafé, o índice de atrasos de navios com café no Porto de Santos (SP) ficou em 75% em fevereiro, envolvendo um total de 75 porta-contêineres, sendo que o maior prazo de alteração de escalas foi de 22 dias, disse a instituição, na nota.

Apesar de uma ligeira melhora vista em relação a janeiro deste ano, o índice segue acima de 75% – patamar observado nas épocas de picos de safras de café, açúcar e algodão, no segundo semestre de 2023 – em um mês (fevereiro) no qual o volume exportado de açúcar não foi elevado, mas que ainda teve um montante significativo de algodão embarcado.