São Paulo, 2 – A Céleres revisou para baixo sua estimativa para a safra de soja do Brasil em 2023/24. Agora, segundo a consultoria, o Brasil deve produzir 153,5 milhões de toneladas, 5,5 milhões de toneladas a menos em relação à última safra (159 milhões de toneladas). Com isso, as exportações também serão menores, de 96,5 milhões de toneladas, abaixo dos 101,9 milhões de toneladas embarcadas no ciclo anterior. Apesar da queda, a recomposição dos estoques globais deve pressionar os preços, afirma a consultoria.

A redução na produção é atribuída a prejuízos climáticos e a atrasos de plantio. Para a baixa nas exportações, além do menor volume disponível, contribuem a deflação na China e margens baixas na criação de suínos do país asiático, principal importador da soja brasileira.

Segundo a Céleres, a China tende a trocar o farelo de soja por opções de ração mais baratas como o milho, trazendo uma desaceleração no consumo e na importação da oleaginosa.

Já a recuperação dos estoques globais, motivada pela retomada da produtividade da Argentina e países vizinhos, deve provocar uma queda nos contratos da oleaginosa, afirma a consultoria.

A soja cotada no mercado internacional já sofre uma queda de 6% no período de um mês e 18% nos contratos de março de 2024 frente aos contratos negociados em 2023, afirmou. “Os preços médios de exportação ao longo de 2024 devem ficar entre US$ 450 e US$ 480 por tonelada, quase 10% abaixo do praticado em 2023”, disse.

Em relação ao consumo interno, haverá um estímulo devido à maior demanda por óleo de soja após o aumento do teor de biodiesel na mistura ao óleo diesel (de 13% para 14%), que vai beneficiar a indústria esmagadora.

Com a queda de volume e preços exportados, o cenário para 2023/24 deve resultar na redução de US$ 7 bilhões em divisas geradas, retomando os valores de 2022, afirmou a Céleres.