A economia da China está sendo pressionada pelas dívidas colossais dos seus governos regionais, que aumentaram durante a pandemia e estão começando a se aproximar do pico. Dois terços dos governos locais correm o risco de violar o limite informal de débitos, com dívidas pendentes excedendo 120% da receita no ano passado, mostram os cálculos da S&P Global.

Cerca de um terço das maiores cidades chinesas está tendo dificuldades de pagar os juros de suas dívidas, de acordo com um levantamento da Rhodium Group, um instituto de pesquisa de Nova York. No caso extremo de Lanzhou, a capital da província de Gansu, o pagamento de juros representou 74% da receita fiscal em 2021.

Uma pesquisa da Lianhe Ratings Global, subsidiária de uma grande agência de ratings, descobriu que cerca de 84% dos US$ 84,2 bilhões em dívidas offshore devidas por veículos de financiamento de governos locais vencerão entre este ano e 2025.

A principal preocupação não é que as cidades fiquem inadimplentes e isso desencadeie uma crise financeira – embora os economistas digam que esse cenário não pode ser descartado. É que as cidades terão que continuar cortando gastos, postergando investimentos ou tomando outras medidas para manter os credores afastados, prejudicando o crescimento por anos.