São Paulo, 3 – As previsões climáticas para a safra de soja 2024/25 em Mato Grosso indicam chuvas abaixo da média histórica, o que pode afetar negativamente o ritmo da semeadura no início da temporada, segundo relatório divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Apesar desse cenário, o Imea mantém a estimativa de área plantada em 12,66 milhões de hectares, 1,47% mais em relação ao ciclo anterior.

“O risco de chuvas tardias e de baixo volume pode comprometer a umidade do solo, essencial para o desenvolvimento das plantas nas fases iniciais”, destaca o Imea. A produtividade, no entanto, foi mantida em 57,97 sacas por hectare, aumento de 11,15% em comparação ao último ciclo. Com isso, a produção total de soja no Estado deve alcançar 44,04 milhões de toneladas, 12,78% acima da safra anterior.

No relatório, o Imea aponta que as exportações de soja de Mato Grosso em 2024/25 devem ser de 26,91 milhões de toneladas, um crescimento de 4,02% na comparação anual. O consumo interno também segue em alta, com as esmagadoras estimando processar 12,71 milhões de toneladas, uma alta de 2,55%. Já o consumo entre Estados apresentou uma leve queda de 2,75%, com projeção de 4,25 milhões de toneladas.

Os estoques finais de soja para a safra 2024/25 foram ajustados para baixo, com estimativa de 290 mil toneladas, uma redução de 13,82% em relação ao mês anterior, refletindo a forte demanda interna e externa pelo grão.

Milho

A demanda por milho de Mato Grosso da safra 2023/24 está 6,08% abaixo da demanda da safra 2022/23, informou o Imea, no boletim semanal. Entre os motivos, está um nível mais baixo de exportações do grão e também um consumo interestadual mais baixo. Já o consumo dentro do Estado cresceu, sobretudo por causa das usinas de etanol de milho.

Segundo o relatório do Imea, a demanda pelo milho mato-grossense está estimada em 48,2 milhões de toneladas, ante uma oferta de 49,33 milhões de toneladas. “Quando observado o consumo mato-grossense, este se encontra com 15,9 milhões de toneladas, 6,42% maior que na safra 2022/23”, diz o Imea. “Esse incremento é puxado, principalmente, pela alta no consumo de milho por parte das usinas de etanol, que representam 73,83% do montante do consumido em Mato Grosso”, cita o instituto no boletim.

Já as exportações, quando comparadas à da safra anterior, estão 9,63% menores, embora apresentem a maior participação (56,65%) dentro da demanda do Estado. Já no que se refere ao consumo interestadual, a projeção do Imea é de 4,99 milhões de toneladas, 14,26% menor que a safra 2022/23. “Por fim, com o reajuste na oferta e demanda, o estoque final para o ciclo ficou em 1,13 milhões de toneladas”, disse.