22/08/2024 - 14:10
São Paulo, 22 – A previsão de chuvas nos próximos dias, principalmente em São Paulo, norte do Paraná e Mato Grosso do Sul, é positiva para o desenvolvimento das lavouras de trigo. Entretanto, a expectativa é de que a umidade do solo não aumente significativamente, permanecendo abaixo da média em várias regiões, especialmente no Paraná, onde será necessário maior volume de água para se atingir níveis adequados. No Rio Grande do Sul, o excesso de umidade previsto em partes do Estado pode facilitar a disseminação de doenças, exigindo atenção redobrada dos produtores.
A avaliação é da EarthDaily Agro, empresa de sensoriamento remoto com uso de imagens de satélites.
A EarthDaily Agro destaca, porém, que ondas de frio e calor podem influenciar o desenvolvimento das lavouras. Anteriormente, entre os dias 8 e 15 de agosto, uma forte onda de frio atingiu o País, fazendo as temperaturas caírem mais de 5 graus abaixo da média em diversas áreas, resultando em geadas em várias cidades. Na sequência, as temperaturas subiram significativamente, de 3 a 7 graus acima da média.
“Análises dos índices de vegetação antes e após a onda de frio revelam uma queda nos valores em algumas regiões do Paraná e Santa Catarina, sugerindo impacto negativo nas lavouras de trigo. No entanto, ainda é cedo para afirmar o real impacto nas plantas porque, em algumas áreas, há possibilidade de que tenha ocorrido um erro de leitura por causa da presença de nuvens”, explicou em nota o analista de cultura da EarthDaily Agro, Felippe Reis.
No leste do Paraná, onde houve registro de geadas, o índice de vigor das plantas (NDVI) apresentou dinâmica negativa, com queda acentuada dos valores, possivelmente indicando maior exposição ao frio neste ciclo ou um erro de leitura, assim como no oeste do Estado, será necessário aguardar alguns dias para confirmação. A produtividade no Estado está estimada em 2,79 sacas por hectare, 0,7% maior que na safra passada. O Estado responde por cerca de 44% da produção nacional.
Já em Santa Catarina, o NDVI também caiu significativamente e ainda é incerta a dimensão do impacto das geadas nas lavouras de trigo. A produtividade no estado é projetada em 3,39 sacas por hectare (5% maior que na temporada anterior).
Em contrapartida, o Rio Grande do Sul apresenta situação favorável. O NDVI não registrou queda significativa após a onda de frio, embora tenha mostrado leve piora, considerada normal para o ciclo das lavouras. No entanto, o excesso de umidade no solo, resultado das fortes chuvas recentes, é uma variável a ser monitorada, pois pode aumentar o risco de disseminação de doenças nas plantações. Até o momento, a produtividade está estimada em 3,44 sacas por hectare, 28% superior à safra passada.