01/07/2020 - 14:05
Depois de deixar um rastro de destruição no Sul do País, o ciclone extratropical avança para o Sudeste. Na noite de ontem (30), os ventos fortes afundaram duas lanchas e sete barcos em Peruíbe, no litoral de São Paulo. Para esta quarta-feira (01) a previsão é que o tempo permaneça instável, mas os ventos devem perder força.
Segundo informações do Climatempo, hoje as rajadas máximas no sul e leste do Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem baixar para até 100 km/h. Já no litoral do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, as rajadas baixam para até 80 km/h. No decorrer da tarde desta quarta-feira, as rajadas devem continuar enfraquecendo.
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As áreas litorâneas, serranas e próximas ao mar são as mais impactadas pelo fenômeno também conhecido como ciclone bomba. Porém, no interior de São Paulo e no centro-sul de Minas Gerais, há possibilidade de ventos mais fortes, com rajadas de 50 a 70 km/h. A parte norte do Estado do Rio de Janeiro e o Espírito Santo estão mais distantes do centro do ciclone extratropical e não devem ser afetadas.
Na região Sul a passagem do ciclone provocou dez mortes, sendo nove em Santa Catarina e um no Rio Grande do Sul. Além disso, os ventos fortes destruíram casas, derrubaram árvores e geraram falta de luz nos dois estados.
Em Santa Catarina, foram registradas mortes em Chapecó (1), em Santo Amaro da Imperatriz (1), em Tijucas (3), Governador Celso Ramos (1), Ilhota (1), Itaiópolis (1) e Rio dos Cedros (1). Além de uma pessoa que segue desaparecida em Brusque.
De acordo com a Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), 750 mil residências catarinenses ainda não tiveram o fornecimento de energia reestabelecido. Ontem, o Estado chegou a ter 1,5 milhão de casas sem energia.
No Rio Grande do Sul a distribuição é feita por duas empresas a Rio Grande Energia (RGE) e a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE). Juntas, as empresas têm mais de 900 mil pessoas sem luz.
O ciclone bomba ocorre quando a pressão atmosférica no centro do ciclone se forma muito rápida. A meteorologista Estael Sias, da Metisul, diz que “quanto mais baixa a pressão atmosférica numa determinada área, mais tem elevação de ar e nuvens carregadas”.
O fenômeno acontece, geralmente, associado a contraste de temperatura. Ele é comum no inverno do Norte da Europa e no Nordeste dos Estados Unidos, onde recebe o nome de Nor’Easter.