A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) vai assumir a gestão da rastreabilidade de bovinos e bubalinos no País, uma tarefa até o momento realizada pelo Ministério da Agricultura. Em outubro, o governo estabeleceu uma normativa para transferir o gerenciamento da Base Nacional de Dados do Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (BND/Sisbov). A medida faz parte da política de transferir para a iniciativa privada todas as ações relativas à exportação de carne para países ou blocos econômicos. O ministério passa a responder apenas pela fiscalização e a auditoria de processos. Junto com a medida também vieram algumas normas. A mais importante, para os produtores, é que agora o frigorífico que desclassificar um animal abatido para exportação está obrigado a informar o motivo. Antes, a empresa era isenta da tarefa.

Café
Um prêmio para o Rio de Janeiro

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, e a Associação Brasileira de Cafés Especiais, promoveram o primeiro Concurso de Cafés Especiais do Rio de Janeiro. O prêmio faz parte de um projeto desenvolvido há cinco anos, visando o resgate da produção de grãos no Estado. O Rio de Janeiro já foi um dos maiores produtores globais de café no início do ciclo da cultura, mas hoje processa por ano apenas 346 mil sacas de 60 quilos. O consumo, no entanto, é de cerca de 2,7 milhões de sacas, volume equivalente a 10% do consumo no País. Atualmente, o Estado possui cerca de 1,4 mil propriedades cafeeiras. Entre elas, a vencedora foi o café Tassinari, que pertence aos herdeiros da produtora Inês Zoli Tassinari, de São José do Vale do Rio Preto, na região Serrana.

Comércio internacional
Menos burocracia a caminho

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Desde que assumiu a pasta da Agricultura, o ministro Blairo Maggi tem realizado uma cruzada contra a burocracia. Faltando poucos meses para deixar o cargo, com a eleição do novo governo, Maggi anunciou mais uma bateria de facilitações destinadas às exportações. Desta vez, no âmbito do Mercado Comum do Sul (Mercosul). Entre elas está a dispensa do Certificado Fitossanitário para importações em Áreas de Controle Integrado, o que deve agilizar a fiscalização em importantes fronteiras, entre elas as de Foz do Iguaçu e Santa Helena (PR), Uruguaiana e São Borja (RS) e Dionísio Cerqueira (SC). Outra medida foi a instituição das Comissões Locais de Facilitação de Comércio. Elas são vinculadas ao Comitê Nacional de Facilitação do Comércio, órgão da Câmara de Comércio Exterior, criado em 2016.

Receita no ponto

Gerardo Lazzari

O Programa Carne Angus Certificada, gerenciado pelo veterinário Fábio Medeiros, e coordenado pela Associação Brasileira de criadores da raça, é um dos mais bem sucedidos projetos brasileiros de certificação por uma entidade do setor. Desde que foi lançando, há 15 anos, uma das tarefas da entidade tem sido se aproximar do consumidor para entender quais os seus desejos. E aí fazer a ponte para o campo, em busca de animais superiores. Desde 2016, uma das plataformas de troca de informações são os chamados Angus Beef Week, festivais gastronômicos em capitais como Campo Grande, Cuiabá e São Paulo. Na atual temporada, o evento paulista acontece neste mês. De acordo com Medeiros, o trabalho local é muito bem visto pela entidade de criadores de angus nos Estados Unidos, referência global no marketing da carne da raça.

Por que os americanos apreciam o formato do programa brasileiro?
Porque integramos toda a cadeia produtiva, unindo produtor, indústria e varejo, no formato de certificação de marcas. Nos Estados Unidos, a indústria e o varejo não estão integradas na construção de marcas. Já nos disseram que se pudessem fazer novamente esse processo, seria do nosso jeito.

Quais os números da certificação?
Em 2003 começamos com mil bovinos certificados. Este ano serão cerca de 500 mil animais. São cinco mil produtores e 40 frigoríficos integrados. Ainda é pouco, mas estamos indo de degrau em degrau.

Qual a meta nos próximos cinco anos?
É abater um milhão de bovinos. Vamos crescer por causa do aumento da demanda de consumo nos mercados interno e internacional, que já começa a provar a nossa carne.

O que explica o crescimento do consumo?
Começamos do zero e hoje vendemos 27 mil toneladas. Antes, o consumidor não tinha cultura de comer carne de qualidade. Hoje tem. E há espaço para crescer porque o País ainda importa muita carne para esse mercado. Existe um potencial de consumo de 210 mil toneladas e vamos atrás dele.

Genética
Girolando para a Bolívia e o Equador

A Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, único gado leiteiro sintético registrado no País, assinou um convênio técnico com as associações de produtores da Bolívia a do Equador, visando o monitoramento de material genético comprado por esses países. O Brasil pode ajudar na melhoria do biótipo leiteiro dos animais. Para isso, a associação local passou a permitir que a Associação de Criadores de Gir e Girolando do Equador e a Associação Boliviana dos Criadores de Zebu (Asocebu) registrem os animais da raça. Os dois países estão entre os pequenos produtores globais de leite, mas a atividade é importante. A Bolívia, por exemplo, processa cerca de 570 milhões de litros de leite  por ano. O Brasil, entre os cinco maiores globais, processa 33,5 bilhões de litros.

Palma Forrageira
Mais segurança no plantio

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Depois de quatro anos, a Universidade Federal Rural de Pernambuco, em parceria com a Embrapa, está concluindo uma pesquisa sobre risco climático para a palma forrageira. A cultura está em cerca de 600 mil hectares e é uma das espécies de maior relevância para o Nordeste. Com uma nova metodologia, a pesquisa identificou as necessidades hídricas e térmicas da cultura e os parâmetros de clima e de solo. O trabalho faz parte da atualização do zoneamento agrícola adotado pelo Ministério da Agricultura, como um instrumento de política agrícola e de gestão de riscos. Além do Nordeste, o zoneamento contempla o Norte de Minas Gerais, que são as duas principais áreas de cultivo da espécie.

Equinos
Novo comando para a Associação de Cavalos Crioulos

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A nova diretoria da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) para o período 2018/2020 tomou posse no mês passado. O cargo de presidente foi ocupado pelo gaúcho Francisco Kessler Fleck, engenheiro agrônomo e proprietário da cabanha Gravatá, no município de Gravataí (RS). Fleck nasceu em 1967, o mesmo ano em que o seu pai fundou a cabanha. Embora seja presidente pela primeira vez, ele não é um novato na entidade. Fleck já fez parte do conselho técnica por dez anos, dos quais em dois anos foi o vice-presidente. “Considero-me da área técnica do Cavalo Crioulo e nunca imaginei assumir uma presidência”, disse ele durante a cerimônia de posse, em Pelotas (RS). “Foi uma surpresa e vou dedicar muito esforço para fazer o melhor, juntamente com a minha diretoria.” Além dele, integram a executiva outros nove criadores.

Agroquímicos
Receita nas mãos

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Um acordo entre o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia e o Ministério da Agricultura colocou um ponto final em uma discussão que vem de anos. Desde o mês passado, os engenheiros agrônomos podem elaborar receitas de aplicação de defensivos agrícolas, definindo as misturas mais adequadas de um produto para pragas e doenças em lavouras. Até então, os defensivos eram adquiridos pelos agricultores como produtos comerciais ou formulados, sendo que as receitas de aplicação somente podiam reproduzir o que constava na bula de um produto. Com a medida, os profissionais da área passam a ter mais liberdade de ação.

Cup of Excellence
Café muito especial

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A produtora Maria do Carmo Andrade, da fazenda Paraíso, em Carmo do Paranaíba (MG), foi a vencedora da categoria “Naturals”, cafés naturais colhidos e secos com casca, no Cup of Excellence – Brazil 2018. Já na categoria “Pulped Naturals”, para cafés cerejas descascados ou despolpados, a vencedora foi a fazenda Primavera, em Angelândia, na região da Chapada Mineira, que tem como um dos herdeiros Leonardo Montesanto Tavares. O concurso é o mais importante do mundo para avaliar a qualidade de cafés, promovido por entidades do setor, como a BSCA. Os ganhadores foram escolhidos por 29 profissionais de dez países.

Pró-Genética
Pesquisa mostra bons resultados

Um grupo de professores da Universidade Federal de Viçosa (MG) apresentou o resultado de uma pesquisa qualitativa sobre o impacto do programa Pró-Genética, projeto da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu que visa ofertar no mercado genética zebuína a pequenos e médios pecuaristas. A pesquisa ouviu 160 produtores de Minas Gerais e mediu os impactos no campo. Entre os entrevistados, 95,8% afirmaram que compraram animais melhores, 93% estão satisfeitos com os touros puros e 88% melhoraram seus preços de venda.

Santa Catarina
Tecnologia para produzir mais

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O município de Bom Retiro, na região do Planalto Serrano, foi o local escolhido pela Federação de Agricultura de Santa Catarina para o 1º Dia de Campo Estadual do Programa de Desenvolvimento da Bovinocultura de Corte do Estado. O rebanho local tem cinco milhões de bovinos, mas atende somente a metade da demanda anual por carne, que é de 130 mil toneladas. O programa que repassa informações sobre reprodução, sanidade e nutrição reúne cerca de 800 produtores rurais e está dividido em 28 grupos de 73 municípios. No Estado, a atividade está presente em 295. Não há custos para o produtor, que recebe visitas mensais técnicas e gerenciais, por um período de dois anos. Na Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF), por exemplo, 18,9 mil matrizes foram inseminadas na safra passada. Na temporada 2018/2019 serão 31 mil vacas.

Cultivar
Feijão maravilha

A partir desta safra, os produtores de feijão têm no mercado uma nova variedade da cultura, a carioca BRS FC402, desenvolvida pela Embrapa e apresentada no ano passado. Em experimentos de campo, a variedade se destacou pela resistência à antracnose e à murcha de fusário, dois dos principais fungos que atacam as lavouras. Indicada para a safra das águas e da seca, o potencial produtivo da variedade é de 4,5 mil quilos por hectare. Para esta safra, a estimativa é de que o Brasil produza 3,2 milhões de toneladas de feijões de todos as variedades, volume 0,6% acima do ciclo passado.

Frango
Voando para o Chile

Depois de 12 anos de suspensão, 0 Chile voltará a importar carne de frango do Rio Grande do Sul.O país andino reconheceu o Estado brasileiro como livre da Doença de Newcastle, o que abre a possibilidade do comércio. A decisão saiu no mês passado, após uma missão no primeiro semestre do ano. O Chile deixou o mercado gaúcho por causa de um caso da doença na região do Vale do Caí. De acordo com a associação gaúcha do setor, neste período o Estado deixou de exportar ao Chile cerca de 385 mil toneladas de carne.