O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu nesta terça-feira, 28, uma reclamação disciplinar para investigar o juiz de Direito Valmir Murici Junior, da 5ª Vara Cível de Guarulhos (Grande São Paulo). Ele é acusado de praticar agressões físicas, sexuais e psicológicas contra sua mulher.

O caso foi revelado pelo Portal G1, que fez longa entrevista com a vítima. As informações foram confirmadas pela reportagem do Estadão. A reclamação perante o CNJ está aos cuidados do ministro corregedor Luis Felipe Salomão, que deve decidir nos próximos dias sobre o eventual afastamento do magistrado.

Valmir é alvo de investigações também perante o Ministério Público e o Tribunal de Justiça de São Paulo. O CNJ afirma que há um processo criminal em andamento na Justiça de São Paulo.

Ao Estadão, o TJ-SP afirmou que ‘a Corregedoria Geral da Justiça adotou todas as providências administrativas cabíveis no momento’ e que Valmir ‘não se encontra no exercício das funções jurisdicionais’. O Tribunal não confirmou se ele foi oficialmente afastado ou se está fora das funções por outro motivo.

O caso foi revelado pelo G1, a quem a mulher do magistrado concedeu uma entrevista dando detalhes sobre as agressões. Ela afirma ser vítima de abusos rotineiros, que envolveriam ameaças a ela e a seus pais, estupros, xingamentos e agressões físicas. A mulher possui registros em vídeo dessas agressões e revela que, no começo do relacionamento, o magistrado se mostrava calmo e romântico.

Ela afirma que tentou por fim ao casamento várias vezes, mas o juiz não permitiria.

Em todas as instâncias (CNJ, Ministério Público e Tribunal de Justiça de São Paulo) as investigações sobre Valmir são sigilosas.

COM A PALAVRA, A DEFESA DO JUIZ VALMIR MURICI JUNIOR

A reportagem entrou em contato com os advogados que representam o magistrado. Eles reiteraram o posicionamento da segunda-feira, 27.

“A defesa técnica do magistrado, por seus advogados Marcelo Knopfelmacher e Felipe Locke Cavalcanti, nega veementemente os fatos que lhe são imputados e repudia com a mesma veemência vazamentos ilegais de processos que correm em segredo de Justiça.”