São Paulo, 9 – A colheita de grãos no Brasil deve alcançar 312,8 milhões de toneladas na temporada 2023/24, estima a consultoria Cogo. A projeção representa um recuo de 2,9%, ante o recorde do ano comercial anterior 2022/23, de 319,8 milhões de toneladas, e queda de 1,32% ante a estimativa de dezembro, de 317 milhões de toneladas.

A consultoria destaca em nota que a área de plantio da soja cresceu 1,1 milhão de hectares (2,6%) em 2023/24, ante expansões médias de 2,4 milhões de hectares/ano nas últimas três safras. Apesar disso, o excesso de chuvas na região Sul e o déficit hídrico no Centro-Oeste, Pará e Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) marcam o plantio da safra atual.

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A Cogo calculou 650 mil hectares replantados, no Centro-Oeste, Matopiba e Minas Gerais, além de ocorrências pontuais de abandonos de áreas e preparo para outros cultivos, como algodão. Ainda assim, a previsão é de bons volumes de chuva entre janeiro e março, “o que deverá favorecer as lavouras do Brasil Central e atenuar a estiagem no Matopiba”, disse a Cogo.

Diante desse cenário, a consultoria reduziu a sua estimativa de safra de soja para 155,2 milhões de toneladas, baixa de 5% ante a estimativa inicial de 163,4 milhões de toneladas. A Cogo destaca, ainda, que as boas produtividades previstas para as regiões Sul e Sudeste deverão compensar parte das perdas previstas para as regiões Centro-Oeste e do Matopiba. “Os cortes efetuados até este momento são quebras irreversíveis e novas reduções de produtividade deverão ser contabilizadas no relatório que será enviado em fevereiro/2024”, completa na nota.

Em relação ao milho, a Cogo manteve a previsão de recuo na área de plantio da primeira safra de 10%, com a migração das lavouras para a soja no verão, e de 5% para a segunda safra, “Até este momento, já temos consolidada uma redução de 9% na safra total de milho 2023/2024, estimada em 119,7 milhões de toneladas, ante 131,9 milhões de toneladas colhidas em 2022/2023”, ressalta a Cogo.