O Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS) prevê a colheita de 750 mil toneladas de uva no Estado, em 2025, com predominância na região da Serra Gaúcha. Em relação ao ano passado, o acréscimo foi de 38,5%. A colheita se encerrou no começo de março.

O aumento acontece mesmo após as tragédias climáticas que acometeram o estado no mês de maio de 2024. Porém, durante o período de cultivo, o clima permaneceu mais seco no Estado, evitando perdas significativas. 

“Se olharmos para o histórico, me arrisco a dizer que será a safra das safras dos últimos anos. A partir da colheita, temos excelente capacidade e tecnologia para produzir produtos de altíssima qualidade dentro das indústrias, impulsionando o nosso mercado”, reforça  presidente do Consevitis-RS, Luciano Rebelatto. 

A Cooperativa Vinícola Aurora também anunciou que a safra de 2025 foi a segunda maior em 20 anos, com 71,6 mil toneladas. A alta foi de 42,3% em relação a vindima de 2024. 

Chuvas garantem uvas de melhor qualidade

A pluviosidade é outro elemento essencial neste processo. De agosto a fevereiro, período entre a brotação e a colheita, a região teve uma soma de 657 mm de chuva, número abaixo da média histórica, atingindo uma similaridade com ciclos secos dos últimos cinco anos.

“A baixa precipitação, com menos dias nublados e maior incidência de Sol, favorece a uniformidade de maturação e reduz as condições para o desenvolvimento de doenças nas videiras”, afirma o pesquisador em fisiologia da produção da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Uva e Vinho), Henrique Pessoa dos Santos. 

Além disso, a condição meteorológica favorável permitiu uma melhor qualidade enológica do fruto, com aromas e a pigmentação ainda mais marcantes para o consumo.

“Foi uma safra muito boa tanto para a produção de vinhos mais jovens, que chegarão ao mercado ainda neste ano, como para rótulos com potencial de guarda’, explicou o enólogo-chefe da Cooperativa Vinícola Aurora, Nauro Morbini.