31/05/2022 - 13:36
A discussão sobre poupar ou não o time para a disputa de alguns jogos vai voltar à tona. Não tenho a menor dúvida! Esse ano, mais do que em qualquer outro desse calendário alucinante do futebol brasileiro, as datas estão apertadas em razão da Copa do Mundo em novembro. Caso você ainda não saiba, essa semana sem jogos, por conta da data Fifa, permite aos times dias de treinos. Que serão os últimos, pelo menos até 14 de setembro.
Isso mesmo. Junho, julho e agosto estão tomados por jogos de futebol, sejam pelo Brasileirão, sejam pela Copa do Brasil ou pela Copa Libertadores/Sul-Americana. Evidente que nas competições com jogos eliminatórios alguns vão ficar pelo caminho e terão refresco nessa correria, mas os vistos como favoritos deverão seguir em frente e, aí, veremos quem serão os verdadeiramente fortes.
Ou não, se pensarmos que o futebol é “uma caixinha de surpresas”. Mas não será possível manter os times titulares nessa sequência louca de jogos, com intervalos mínimos entre eles. Daí que aqueles que dispuserem de mais opções entre os reservas tendem a levar alguma vantagem. Ao mesmo tempo, porém, mesmo com essa estratégia, acho bem pouco provável que uma única equipe consiga se manter no topo com dedicação a mais de uma disputa, simultaneamente. Estou mais propenso a acreditar que agora, em 2022, veremos times priorizando disputas.
As notícias estão aí para provar que esse início de Brasileirão, na Série A, é o mais acirrado da história. Já foram oito rodadas e a diferença do primeiro para o 12º colocado é de apenas quatro pontos, o que nunca aconteceu na era dos pontos corridos, que começou em 2003. O Palmeiras é o pior líder da história, com apenas 15 pontos – e ele mesmo é o recordista de pontos, tendo somado 22 em 2019. Tem mais: três times empatados com 15 pontos na liderança é outro feito inédito.
Se olharmos para as séries B e C veremos que na Segundona o Cruzeiro somava 19 pontos em oito jogos, e o Vasco, quarto colocado, tinha 14, cinco pontos de diferença. Na Série C, o Mirassol tem 17, dois a mais que o Paysandu, quarto colocado.
Ou seja, não está fácil para ninguém. E a tendência é piorar. Arriscar palpite agora é um tiro no escuro. Mas em setembro acho que teremos uma indicação bem forte de quem vai levantar os troféus mais importantes de 2022.
* Sergio du Bocage é apresentador do programa No Mundo da Bola, da TV Brasil