08/05/2015 - 9:30
Com a finalidade de expandir a produção de carne no Brasil uma cooperativa com sede nos Estados Unidos, presente em outros 76 países, buscou em Mato Grosso do Sul informações genéticas de um animal capaz de potencializar o ganho de peso e fertilidade de outros rebanhos. A Cooperative Resources International (CRI) encontrou na Fazenda Elge, em Dois Irmãos do Buriti (MS), 150 quilômetros de Campo Grande, o touro de registro 1872 da Elge, apelidado para o mercado de ‘Gurupi’.
De raça nelore PO e linhagem Lemgruber o touro chamou a atenção pelo potencial de gerar proteína vermelha de forma direta ou indiretamente. “Quando buscamos um touro nelore pensamos que ele terá que produzir carne, seja por meio de fêmeas que serão excelentes mães, bezerros de corte, ou produzindo touros que vão cobrir vacas e então gerar bezerros de corte”, detalha a coordenadora técnica de corte da CRI, Juliana Ferragute, ao justificar a busca pela linhagem Lemgruber. “Hoje é muito difícil encontrar animais que não tenham nenhuma influência do Lemgruber. É uma linhagem que contribui muito com os planteis brasileiros por sua rusticidade, adaptabilidade e por obter ótimos potenciais de ganho de peso e fertilidade”, destaca.
Segundo a coordenadora atualmente o Lemgruber é bastante utilizado no Brasil por sua rápida resposta no ganho de peso, independente do ambiente. Com essa teoria, o programa de melhoramento genético da Embrapa, o Geneplus, selecionou o Gurupi, ainda enquanto garrote, para teste de progênie e o submeteu à Avaliação de Touro Jovem (ATJ-Plus) e os resultados positivos fizeram com que o técnico da CRI, Marco de Paula Santos, fosse pessoalmente até a Fazenda Elge e recomendasse o animal para seu gerente, que em seguida fechou contrato com o proprietário do animal, o produtor rural Ricardo Alonso. “É um privilégio ver um animal nosso tendo sua genética cobiçada e replicada pelo país, contribuindo uma cooperativa de alto nível e com o avanço na produção e no mercado de carnes”, destaca Alonso.
Entre as vantagens do uso genético do Gurupi, de acordo Juliana Ferragute, está em sua potencialiade por ter sido criado em um rebanho fechado na linhagem Lemgruber. Segundo ela esses animais quando cruzados com outros rebanhos tem uma resposta muito interessante, pois agregam genes que aquela população praticamente não tinha. Acompanhando o raciocíneo de uma heterose, quando o filho tem melhor desempenho que o pai, que normalmente conseguimos com raças diferentes e neste caso acontece, de uma certa forma, com linhagens fechadas.
Atualmente o touro Gurupi, com três anos e sete meses de idade, está em Itatinga (SP), onde seu sêmen é coletado pela empresa Seleon Biotecnologia. “Em seguida o touro terá seu sêmen comercializado em todas as regiões do país. El é indicado para criadores empreendedores que buscam maior rendimento de carcaça e excelência na terminação frigorífica”, enfatiza o pesquisador do Programa Geneplus Embrapa, Leonardo Nieto, um dos responsáveis pela identificação do potencial do animal.
Segundo a CRI por se tratar de um touro jovem, Gurupi entrará no mercado com preços atrativos para estimular os pecuaristas a apostarem nesse novo reprodutor. E conforme for provando, o preço vai acompanhando essa tendência. Os lucros obtidos serão divididos entre proprietário, representante comercial e a CRI. Fonte: Ascomn