04/09/2021 - 14:25
Quem saiu da cidade de São Paulo pela manhã deste sábado, 4, com destino ao Guarujá, notou um fluxo maior de veículos já na Avenida Bandeirantes – situação que se complicou na Imigrantes, na altura do Rodoanel e, principalmente, após o pedágio. Com a lentidão neste trecho, ambulantes puderam circular entre os carros.
Além do excesso de veículos, os motoristas ainda tiveram que enfrentar neblina ao longo do trajeto. A reportagem saiu de São Paulo às 7 horas e chegou no Guarujá às 10 horas. O tráfego também era pesado na entrada da cidade.
Já no Guarujá, estabelecimentos comerciais, como padarias, supermercados e lojas estavam lotados. Na maioria dos casos, o distanciamento entre mesas ou frequentadores era coisa do passado.
Encontrar um local para estacionar nas ruas próximas de praias como a Pitangueiras era uma tarefa quase impossível – e que demandava muita sorte.
Nas ruas, parte da população, turistas e locais, pareciam ter relaxado do uso de máscaras (item de proteção que ainda é obrigatório). Atletas de calçadão e ciclistas já se desobrigaram, por conta da própria, de usá-las.
Pela manhã, a promessa de feriado de sol demorou a se concretizar. A expectativa de quem sonhou com dias menos restritivos virou impaciência. ” O sol precisa voltar a aparecer para a gente voltar a viver também”, disse o comerciante Elias Macedo, 41 anos. “O sol precisa sair antes que o governador desista e feche tudo de novo”, completou.
Aliás, apesar do clima praiano, a política invadiu muitas das conversas entre banhistas. O receio pela volta das restrições ou as críticas em relação à condução da pandemia pelo governo federal não saiu do radar de quem estava com os pés enterrados na areia.
Os comerciantes da praia também estavam concentrados em olhar para o céu e pedir por um pouco de sol. “A gente precisa de um feriado bom para recuperar o prejuízo de mais de um ano de pandemia”, falou Daniela Menezes, 40 anos, funcionária de uma barraca de pastel. “Foi um período complicado demais. Muita luta. A pandemia e o sol precisam colaborar agora”, disse Tatiane Celeste, 32 anos, atendente de uma barraca de porções e batidas.
Apesar do tempo “lusco-fusco” na manhã de sábado, o feriado foi significativo para a dona de casa Eliana dos Santos, de 47 anos. A moradora de Ribeirão Bonito, no interior de São Paulo, visitava pela primeira vez na vida a praia e o mar. “Imagina uma mulher feliz. Já chorei, já mergulhei, já fiz de tudo. Espero que isso marque o fim da pandemia e do isolamento”, disse Eliana.
O casal Isabela Cunha, de 18 anos, e Leonardo Vitor Gonçalves, de 21 anos, saíram de Pedreira, no interior de São Paulo, para curtir um 7 de setembro sem preocupações. “A gente ficou quase um ano trancado em casa. Agora que liberou um pouco, estou achando tudo maravilhoso”, disse Cunha. “Acho que sol mesmo só no domingo, mas pra quem estava em casa isso está mais do que bom”, falou Leonardo.
A analista de sistemas Stephane Carmo de Almeida, de 26 anos, era uma das poucas que corria na beira da praia de Pitangueiras com uma máscara no rosto. “É importante não relaxar em relação à pandemia. Infelizmente parece que as pessoas esqueceram um pouco do que ainda estamos vivendo”, comentou.
Os moradores do Guarujá tinham sentimentos conflitantes em relação ao feriado de 7 de setembro. “Pra quem mora aqui nunca é muito bom. A praia fica lotada, música alta…Mas se você pensar pelo lado do comércio, vai ser muito bom”, disse Clélia Naufl, de 67 anos.
Sobre a falta de máscara no rosto de muitas pessoas, o médico Eduardo Naufl, de 73 anos, garantiu que em espaços fechados ainda existe cuidado às normas sanitárias. “Mas ao ar livre já nos sentimos mais seguros”, falou.
A também moradora Adriana Esper, de 55 anos, afirmou que esperava uma situação mais complicada e a cidade mais cheia. “Seria pior se o sol tivesse aparecido com força. Pra quem mora aqui, aglomeração nunca é o ideal, mas faz parte da nossa realidade também”, comentou.