O petróleo fechou em forte queda nesta quarta-feira, 4, acima de 5%, em um começo de ano de forte retração da commodity que levou o barril do Brent a ficar abaixo dos US$ 80, o que não ocorria desde 21 de dezembro. Em um ano que analistas apontam a demanda como o grande catalisador para os preços, as dificuldades com a reabertura da China diante de sua postura para a covid-19 e as chances de uma recessão em uma série de economias pressionam o petróleo. Nesta quarta, dados da indústria americana apresentaram queda, o que aumentou a cautela.

O petróleo WTI para fevereiro fechou em queda de 5,32% (US$ 4,09), a US$ 72,84 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para março recuou 5,19% (US$ 4,26), a US$ 77,84 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Muitos investidores temem que os EUA e as economias globais possam estar inevitavelmente se voltando para recessões que podem reduzir ainda mais a demanda por óleo.

Os analistas também observam que as previsões de maior demanda de petróleo para gerar eletricidade na costa leste dos EUA não deram certo até agora neste inverno, já que um período de condições mais amenas reduziu a demanda por aquecimento em cidades como Nova York e Boston. Os mercados agora aguardarão os relatórios semanais de estoque do grupo comercial American Petroleum Institute (API) nesta noite e os dados oficiais do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) na quinta-feira.

Nesta quarta, o JP Morgan revisou para baixo o PIB chinês do quarto trimestre de 2022, de crescimento de 0,8% sobre o trimestre anterior para contração de 1,1%, devido à expansão dos casos de covid-19 e dados “decepcionantes” nos índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de dezembro. Nos EUA, o PMI da indústria elaborado pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) caiu de 49,0 em novembro a 48,4 em dezembro. Analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal previam uma queda levemente menor, a 48,5.

Com os riscos, analistas esperam que Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) devem seguir cautelosos com o volume da produção, enquanto investimentos no setor são retomados após anos sem grande impulso à exploração. Ainda assim, a conclusão majoritária é de que o mercado segue apertado, com os preços tendendo a subir ao longo de 2023.

*Com informações Dow Jones Newswires