As importações de soja dos Estados Unidos pela China aumentaram 12% em março em relação ao mesmo período do ano passado, com a chegada aos portos de carregamentos garantidos no final de 2024 por compradores preocupados com a possibilidade de uma disputa comercial entre os dois países.

No entanto, a expectativa é de que o Brasil domine o mercado de soja nos próximos meses, com a colheita da safra praticamente finalizada.

A China trouxe 2,44 milhões de toneladas de oleaginosas dos EUA em março, de acordo com a Administração Geral de Alfândega, ou pouco menos de três quartos do total das importações.

“As chegadas de março refletem as compras de precaução feitas por esmagadores no quarto trimestre do ano passado, em meio a preocupações com o recrudescimento das tensões comerciais caso Trump retornasse ao cargo”, disse a analista Rosa Wang, da JCI, agroconsultoria sediada em Xangai.

As importações da soja do Brasil caíram 69% em março, para 0,95 milhão de toneladas, ou 27% do total de importações de soja no mês. Os embarques mais lentos foram parcialmente atribuídos a atrasos na colheita no país latino-americano.

O total de chegadas de soja em março caiu para o nível mais baixo para o mês desde 2008.

De janeiro a março, as compras de soja norte-americana pela China aumentaram 62% em relação ao ano anterior, para 11,6 milhões de toneladas. Os embarques vindos do Brasil foram de 4,5 milhões de toneladas, uma queda de 55% em relação ao ano anterior.

Com isso, a participação de mercado do Brasil no primeiro trimestre foi de 26%, em comparação com os 68% dos Estados Unidos, de acordo com cálculos da Reuters.

Analistas preveem que as importações de soja da China poderão atingir um recorde de 31,3 milhões de toneladas em abril-junho, impulsionadas pela chegada de grãos recém-colhidos da safra abundante do Brasil.