Auditores-fiscais do trabalho resgataram 1937 trabalhadores em condições de trabalho análogo ao escravo em 443 ações fiscais ao longo de 2021 – maior número de fiscalizações desde o começo da política pública de combate ao trabalho escravo, em 1995 – segundo dados da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT).

Assim como no ano passado, Minas Gerais lidera o ranking entre os Estados, com 768 resgatados – mais que o dobro do segundo colocado, Goiás, com 304. Os trabalhadores resgatados receberam R$ 10.229.489,83 em verbas salariais e rescisórias, o triplo do valor levantado em 2020 (R$3.607.952,32).

Mais de 1.800 crianças e adolescentes foram registradas pela inspeção em situação de trabalho infantil. Quase a metade delas, 48%, exerciam atividade elencada na lista TIP, a de piores formas de trabalho infantil.

Assim como no balanço anterior, a maior parte das operações de resgate aconteceram no trabalho rural: 89% das pessoas foram resgatadas no meio; 11%, no trabalho urbano; 27 dessas pessoas estavam no trabalho doméstico.

O cultivo de café foi a atividade econômica com o maior número de trabalhadores resgatados (310). Em seguida, vieram o cultivo de alho (215), a produção do carvão vegetal (173), o serviço de preparação de terreno, cultivo e colheita (151), o cultivo de cana-de-açúcar (142) e a criação de bovinos para corte (106).

O perfil social dos resgatados é de maioria masculina (90%) e de pretos ou pardos (80%). No perfil étnico, 3% dos trabalhadores resgatados eram indígenas.

Ao longo de 27 anos, 57.644 trabalhadores foram resgatados no Brasil. Eles receberam mais de R$ 122 milhões em verbas salariais e rescisórias durante as operações.