A Comissão de Segurança Pública da Câmara aprovou, nesta quarta-feira, 19, a convocação, obrigando que o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Marco Edson Gonçalves Dias, explique à Casa como o GSI reagiu para conter os ataques vândalos do 8 de janeiro. Gonçalves Dias apresentou atestado para faltar ao convite para uma audiência que faria no colegiado, justificando “quadro clínico agudo com necessidade de medicação e observação” às 13h.

Na sessão, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), aliado do governo, defendeu que o chefe do GSI renuncie. “Não vejo a menor condição do ministro seguir à frente do GSI”, afirmou. Oposição e governo concordaram em seguir com o chamamento. “Quero dar a ele o direito de explicar e eu mesmo quero ouvir as explicações”, disse o líder do governo na comissão, Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ).

A oposição aproveitou para atacar o ministro. Marcel van Hattem (Novo-RS) disse que Gonçalves Dias “deveria usar o uniforme de presidiário” na Papuda, e que ele é um “fugido da raia”. “Ficou doente em duas horas e meia. Que crise é essa?”, questionou. Segundo o presidente do colegiado, Sanderson (PL-RS), Gonçalves Dias tinha confirmado presença às 10h da manhã. Com a ausência, o deputado pautará a convocação do ministro, o que o obrigaria a comparecer à Câmara.

O atestado assinado pelo médico João Luiz Henrique da Silveira relatou que o ministro teve um “quadro clínico agudo com necessidade de medicação e observação”, sem especificar a causa ou código de doença. às 13h, depois da revelação de imagens que Gonçalves Dias teria facilitado o trânsito de manifestantes golpistas que vandalizaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.

Na manhã desta quarta-feira, 19, a CNN divulgou imagens de câmeras do Palácio do Planalto que mostram que o general estava no prédio no dia dos ataques vândalos. O ministro aparece ao lado dos golpistas e indicam a saída aos manifestantes.

A assessoria do GSI comunicou que as condutas dos agentes do GSI “estão sendo apuradas em sede de sindicância investigativa” no ministério e que as imagens mostram a atuação dos agentes “no sentido de evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto, concentrando os manifestantes no segundo andar”, onde, alega, “foi possível realizar a prisão” dos golpistas.