17/04/2018 - 13:19
São Paulo, 17 – Duas das principais hortaliças (batata e tomate) apresentaram movimento de queda nas cotações em março. A alface teve comportamento variável, influenciada por fatores climáticos. A análise faz parte do 4º Boletim Prohort de Comercialização de Hortigranjeiros nas Ceasas, divulgado nesta terça-feira, 17, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Das cinco hortaliças analisadas, a batata e o tomate tiveram queda de preços em praticamente todos os mercados. Para a batata a exceção foi o entreposto de Fortaleza (CE), onde o tubérculo apresentou alta, porém de pouca magnitude (2,29%).
Para o tomate, as exceções foram no mercado da capital paulistana onde o aumento de preço foi de 5,87% e na Ceasa/RJ – Grande Rio, com incremento de 4,16%.
A cenoura teve queda de preço em março somente nos mercados da região Nordeste: em Recife (PE), de 3,38% e em Fortaleza, de 8,17%. Nos demais entrepostos a alta ocorreu em porcentuais significativos. O maior foi em São Paulo (SP), de 17,82%, seguida de Goiânia (GO), com 16,57%.
Para a cebola, o preço na maioria dos mercados repetiu o aumento de janeiro e fevereiro, porém de menor intensidade do que no mês anterior. No Rio de Janeiro e em Vitória (ES), os preços chegaram a cair, mas em porcentuais pequenos, 2,16% e 1,79%, respectivamente.
Os preços da alface tiveram comportamento variável, sendo influenciados pelas condições climáticas locais, informa a Conab no boletim. Nos mercados atacadistas de São Paulo, Brasília (DF) e Fortaleza, as cotações da alface apresentaram queda de 17,40%, 30,71% e 7,38%, respectivamente. Em Goiânia, os preços mantiveram-se estáveis e nos outros quatro mercados analisados os preços tiveram alta, em alguns casos expressivos. O maior aumento foi no Rio de Janeiro (45,37%), seguido do incremento verificado em Belo Horizonte (MG), de 33,96%, informa a Conab.
A Conab salienta que essas cinco hortaliças (tomate, cenoura, batata, cebola e alface) são as com maior representatividade na comercialização nas Ceasas e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).
Frutas
No segmento de frutas, o estudo também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia).
Em março, a banana apresentou alta de oferta e alta de preços, principalmente da variante nanica do Vale do Ribeira (SP), a partir da segunda quinzena de março. “As exportações continuam a se recuperar em relação ao ano passado”, diz a Conab.
A laranja registrou elevação de preços e da oferta no País, em meio à intensificação da colheita de laranjas precoces da safra 2018/19 no Estado de São Paulo. Segundo a Conab, vários contratos já começam a ser fechados para moagem nas indústrias a partir de junho.
O mamão teve grande alta de preços na maioria das Ceasas. Somada à queda da oferta, o desempenho da fruta melhorou a rentabilidade ao produtor. “A queda da oferta esteve ligada à baixa qualidade decorrente das fortes chuvas nos últimos meses e do aumento dos custos com fungicidas, além dos baixos investimentos no ano passado, sobretudo para as lavouras de papaia”, observa a Conab.
A maçã registrou queda de preço e aumento da oferta da maçã gala, que teve a colheita finalizada em março. Também houve avanço da colheita da maçã fuji, que promete ter safra com maçãs de boa qualidade.
A melancia apresentou alta na oferta e nos preços na maioria das Ceasas em março. A colheita no Estado de São Paulo e em Teixeira de Freitas (BA) continua ativa, em contraposição ao fim da safra gaúcha, com finalização da colheita em Bagé (RS), e início da colheita em algumas regiões de Uruana (GO).
Conforme a Conab, o volume de exportação de frutas no Brasil em março foi 16,90% maior em relação a igual mês de 2017. A receita cambial em dólares aumentou 21,46%. Houve crescimento do volume das exportações de melão, banana, maçã, abacate e laranja, e continuidade de queda para mamão e melancia.
O boletim é feito mensalmente pelo Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) da Conab, a partir de informações fornecidas espontaneamente por grandes mercados atacadistas do País. Para esta edição, foram considerados os entrepostos dos Estados de SP, MG, RJ, ES, CE, PE, GO e DF.