São Paulo, 10 – A produção brasileira de grãos na safra 2020/21 deve atingir 268,94 milhões de toneladas, o que representa 11,9 milhões de toneladas, ou 4,6% a mais, do que a temporada de 2019/2020. Em relação ao volume estimado no mês passado, houve aumento de 269 mil toneladas. Com este resultado, o Brasil caminha para bater novo recorde na produção, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira, 10.

Conforme comunicado da Conab, a nova estimativa considera a recuperação da produtividade das culturas da soja e do milho da primeira safra. “Ambas foram severamente prejudicadas pela estiagem em 2019, sobretudo no Rio Grande do Sul”, diz a companhia. Apesar do atraso das chuvas neste ano, os produtores aceleraram o ritmo e, até a última sexta-feira, o plantio alcançava 55% da área estimada, ante 56% no mesmo período da safra passada. O milho primeira estava em 54%, em comparação com 42% há um ano. O plantio do arroz também estava adiantado, com 67% até o dia 6, bem superior aos 53% da safra anterior.

Outro fator que contribui para o recorde é o aumento na área plantada. Este ano, a previsão é de que sejam cultivados 67,11 milhões de hectares, 1,8% a mais que na safra passada. Isso faz com que a área plantada também seja recorde.

A produção de soja deve alcançar 134,95 milhões de toneladas, confirmando o País como o maior produtor mundial da oleaginosa. A área de cultivo está estimada em 38,2 milhões de hectares.

A safra total de milho também deverá ser a maior da história, com produção estimada em 104,89 milhões de toneladas, colhidas em 18,4 milhões de hectares (área total). A primeira safra deve atingir 26,49 milhões de t. A segunda safra, conhecida como safrinha, deve alcançar 76,76 milhões de t (mais 2,3%), enquanto a terceira safra, cultivada em Estados do Nordeste, pode registrar queda de 7,6%, para 1,64 milhão de t.

A safra de algodão em pluma deve atingir 2,7 milhões de toneladas, o que corresponde a uma queda de 8,8% ante o período anterior, com área de 1,6 milhão hectares.

A produção de arroz sequeiro somada à de arroz irrigado deverá ficar em 10,96 milhões de toneladas, queda de 2% ante o período anterior, obtidas em 1,7 milhão de hectares.

Quanto à produção de feijão, somando-se as três safras, a estimativa é de 3,1 milhões de toneladas (queda de 3,7% ante 2019/20), com área total de 2,9 milhões de hectares. A primeira safra deve alcançar 1,04 milhão de t, redução de 5,8% ante o período anterior.

Em relação ao trigo, cerca de 80% da colheita da safra 2020 já foi concluída. O volume de produção está estimado em 6,4 milhões de toneladas, com 2,3 milhões de hectares cultivados.

Exportação

Mesmo com as dificuldades causadas pela pandemia de covid-19, as exportações da pluma de algodão caminham para ser recordes. Até outubro deste ano, o total exportado foi de 1,4 milhão de toneladas, 31% a mais do que o acumulado do mesmo período no ano passado. Em relação ao milho, para o ano safra atual, foi mantida a previsão de exportações em 34,5 milhões de toneladas. Ainda em outubro, os embarques foram de 5,1 milhões de toneladas, redução de 14,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Para a soja, a expectativa de venda para o mercado externo está em torno de 82,7 milhões de toneladas para este ano, sendo que já foram exportados no período de janeiro a outubro 81,4 milhões de toneladas. Para o próximo ano, são esperadas cerca de 85 milhões de toneladas, o que representaria aumento de 2,78%.